Matrizes (Apr 2017)
Correntes da felicidade: emoções, gênero e poder
Abstract
Na derradeira etapa de minha pesquisa sobre as normas da vida feliz, redireciono o foco investigativo das representações midiáticas para os tribunais emocionais da Internet. Apresento, neste artigo, a proposta de construção de um quadro de referência teórico-metodológico para a análise dos debates em torno da postura emocional de duas mulheres: uma prostituta que se declarou “feliz” com sua profissão, no material de uma campanha do Ministério da Saúde; uma mãe que revelou “detestar” a experiência da maternidade, em resposta a um desafio do Facebook. O exame da repercussão dos dois casos fornece um vívido panorama das implicações de ideais afetivos que, juntamente com outras forças disciplinares, constrangem e produzem identidades.