Revista Portuguesa de Cardiologia (Mar 2017)
Cardiac rehabilitation after acute coronary syndrome: Do all patients derive the same benefit?
Abstract
Introduction: Cardiac rehabilitation (CR) has been demonstrated to improve exercise capacity in acute coronary syndrome (ACS), but not all patients derive the same benefit. Careful patient selection is crucial to maximize resources. Objective: To identify in a heterogeneous ACS population which patients would benefit the most with CR, in terms of functional capacity (FC), by using cardiopulmonary exercise testing (CPET). Methods: A retrospective analysis of consecutive ACS patients who underwent CR and CPET was undertaken. CPET was performed at baseline and after 36 sessions of exercise. Peak oxygen uptake (pVO2), percentage of predicted pVO2, minute ventilation/CO2 production (VE/VCO2) slope, VE/VCO2 slope/pVO2 and peak circulatory power (PCP) (pVO2 times peak systolic blood pressure) were assessed in two moments. The differences in pVO2 (ΔpVO2), %pVO2, PCP and exercise test duration were calculated. Patients were classified according to baseline pVO2 (group 1, <20 ml/kg/min vs. group 2, ≥20 ml/kg/min) and left ventricular ejection fraction (group A, <50% vs. group B, ≥50%). Results: We analyzed 129 patients, 86% male, mean age 56.3±9.8 years. Both group 1 (n=31) and group 2 (n=98) showed significant improvement in FC after CR, with a more significant increase in pVO2, in group 1 (ΔpVO2 4.4±7.3 vs. 1.6±5.4; p=0.018). Significant improvement was observed in CPET parameters in group A (n=34) and group B (n=95), particularly in pVO2 and test duration. Conclusion: Patients with lower baseline pVO2 (<20 ml/kg/min) presented more significant improvement in FC after CR. CPET which is not routinely used in assessement before CR in context of ACS, could be a valuable tool to identify patients who will benefit the most. Resumo: Introdução: A reabilitação cardíaca (RC) melhora a capacidade funcional (CF) de exercício na síndrome coronária aguda (SCA), contudo nem todos os doentes apresentam benefício idêntico. A criteriosa seleção de doentes é crucial para a rentabilização de recursos. Objetivo: Identificar na população heterogénea de SCA quais os doentes que mais poderiam beneficiar em termos de capacidade funcional (CF) após programa de RC, através de prova de esforço cardiorrespiratória (PECR). Métodos: Realizámos uma análise retrospetiva de doentes consecutivos com SCA que foram submetidos a RC e PECR. A PECR foi realizada previamente e após 36 sessões de treino de exercício. Parâmetros avaliados: consumo de oxigénio no pico (pVO2), percentagem do pVO2 previsto (%pVO2), declive ventilação minuto/CO2 produzido (VE/VCO2), declive VE/VCO2/pVO2, potência circulatória no pico (PCP) (pVO2 x pressão arterial sistólica no pico). Foram calculadas as variações de pVO2 (ΔpVO2). Os doentes foram analisados de acordo com o pVO2 basal (G1<20 versus G2≥20 ml/kg/min) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) (GA<50% versus GB≥50%). Resultados: Analisámos 129 doentes, 86% homens, idade média 56,3±9,8 anos. Ambos, G1 (n=31) e G2 (n=98) apresentaram melhoria significativa na CF após RC, com maior aumento significativo de pVO2 no G1 (ΔpVO2 4,4±7,3 versus 1,6±5,4; p=0,018). Verificou-se melhoria dos parâmetros da PECR em GA (n=34) e GB (n=95), particularmente no pVO2 e duração da PECR. Conclusão: Doentes com menores pVO2 (<20 ml/kg/min) apresentaram, após programa de RC, melhoria mais significativa da CF. A PECR, que não é rotina na avaliação de SCA pré RC, poderá constituir um instrumento valioso na identificação dos doentes que mais beneficiam de RC. Keywords: Acute coronary syndrome, Cardiac rehabilitation, Cardiopulmonary exercise testing, Palavras-chave: Síndrome coronária aguda, Reabilitação cardíaca, Prova de esforço cardiorrespiratória