Cadernos de Pesquisa (Aug 2010)

De pivete a funqueiro: genealogia de uma alteridade From petty thief to funk fan: the genealogy of alterity

  • Angela Arruda,
  • Marilena Jamur,
  • Thiago Melicio,
  • Felipe Barroso

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-15742010000200006
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 140
pp. 407 – 425

Abstract

Read online

Com base na teoria das representações sociais de Moscovici e a partir de contextualizações do fenômeno dos arrastões, esse texto se propõe a discutir elementos que respondam às questões: por que discursos criminalizantes, que afirmam a periculosidade do funkeiro, se fizeram tão presentes desde o início da década de noventa no Rio de Janeiro? Como esses discursos, que apontam para uma determinada construção social do funkeiro, interferiram na relação do funk com a sociedade? A discussão passa pela compreensão dos dispositivos criados na sociedade carioca daquele período para a solução de problemas com os quais ela se via confrontada. Trata-se de tentar compreender como, em certo momento, o funkeiro ganha um perfil amplamente difundido como problema que requer um tipo de intervenção específica.Based on the theory of the social representations of Moscovici and from the contextualization of the phenomenon of street gang mass robberies, this text proposes to discuss elements that respond to the following questions. Why have criminalizing discourses, which claim how dangerous funk fans are, been so evident since the start of the 1990s in Rio de Janeiro? How do these discourses, which indicate a certain social construction of the funk fan, interfere in the relationship of funk with society? The discussion starts with an understanding of the devices created in the Rio de Janeiro society of that period for solving the problems with which it saw itself confronted. This is an attempt to understand how, at a particular point in time, the funk fan received a widely disclosed profile as a problem that requires a specific type of intervention.

Keywords