Conhecer (Oct 2021)

Dores da periferia:

  • Camila Holanda Marinho

DOI
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2021.11.27.5533
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 27
pp. 92 – 114

Abstract

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Este artigo trata dos mapas afetivos delineados nas periferias urbanas quando a morte se apresenta como um evento cotidiano. Propõe-se uma leitura e uma escuta das vozes que temem as violências diárias, clamam por justiça e sobrevivem com medo e desesperança. Lugares onde a saudade faz parte da travessia de pessoas que perderam precocemente um jovem de seu círculo de afetos. O objetivo do estudo foi mapear sentimentos de pessoas que se recusam aos silenciamentos femininos, tomando as emoções como parte do trabalho de campo e possível via para a compreensão do outro. Destacam-se as narrativas de mulheres que experienciam a dor do luto, o temor da morte e as violências cotidianas, tendo em vista que ecoam nas periferias vozes de mulheres que, ao perderem seus filhos, iniciam uma luta por justiça, reconhecimento e amor. Portanto, são vozes que enunciam dores femininas das periferias, a partir de seus marcadores sociais e interseccionais, que produzem afirmações políticas, culturais e subjetivas, mobilizando formas diversas de sobrevivência, reexistência e proteção.

Keywords