Revista de Saúde Pública (Dec 2012)

Teatro na educação de crianças e adolescentes participantes de ensaio clínico Teatro en la educación de niños y adolescentes participantes de ensayo clínico Theater in the education of children and teenagers participating in a clinical trial

  • Maria Flávia Gazzinelli,
  • Vânia de Souza,
  • Lucas Henrique Lobato de Araújo,
  • Relbson de Matos Costa,
  • Amanda Nathale Soares,
  • Cláudia Peres Costa Maia

Journal volume & issue
Vol. 46, no. 6
pp. 999 – 1006

Abstract

Read online

OBJETIVO: Analisar os efeitos de uma intervenção pedagógica na aprendizagem de crianças e adolescentes participantes de pesquisa clínica. MÉTODOS: Estudo quantitativo, quasi-experimental e longitudinal, parte de um conjunto de estudos envolvidos no teste de uma vacina contra ancilostomíase. Amostra por conveniência com 133 estudantes de dez a 17 anos, de ambos os sexos, da Escola Municipal de Maranhão, MG, Brasil, 2009. Utilizou-se um questionário estruturado aplicado pré e pós-intervenção. O dispositivo pedagógico foi o Teatro do Oprimido. As variáveis dependentes foram o conhecimento específico e global sobre pesquisa clínica e sobre verminoses; a variável independente foi a participação na intervenção educativa. RESULTADOS: Houve aumento do conhecimento sobre sinais e sintomas, susceptibilidade à reinfecção e modo de contágio da verminose após a intervenção educativa. Aumentaram acertos relativos à duração da pesquisa clínica, aos procedimentos previstos, à possibilidade de desistência da participação e de ocorrência de eventos adversos. Permaneceu a noção de que o propósito primário da pesquisa é terapêutico, embora tenha reduzido o percentual de participantes que associaram a pesquisa ao tratamento médico. O Teatro do Oprimido possibilitou que as discussões acerca da helmintose e da pesquisa clínica fossem contextualizadas e materializadas. Os sujeitos puderam se despojar ou reduzir suas representações prévias. CONCLUSÕES: A participação de crianças e adolescentes em ensaios clínicos deve ser precedida de intervenção educativa, já que indivíduos dessa faixa etária nem sequer reconhecem que têm direito a decidir por si próprios.OBJETIVO: Analizar los efectos de una intervención pedagógica en el aprendizaje de niños y adolescentes participantes de investigación clínica. MÉTODOS: Estudio cuantitativo, cuasi-experimental y longitudinal, parte de un conjunto de estudios envueltos en la prueba de una vacuna contra anquilostomiasis. La muestra por conveniencia estaba constituida por 13 estudiantes de diez a 17 años, de ambos sexos, de la Escuela Municipal de Maranhao, MG, Brasil, 2009. Se utilizó un cuestionario estructurado aplicado pre y post intervención. El dispositivo pedagógico fue el Teatro del Oprimido. Las variables dependientes fueron el conocimiento específico y global sobre la investigación clínica y sobre helmintiasis; la variable independiente fue la participación en la intervención educativa. RESULTADOS: Hubo aumento del conocimiento sobre señales y síntomas, susceptibilidad a la reinfección y modo de contagio de la helmintiasis posterior a la intervención educativa. Aumentaron los aciertos relativos a la duración de la investigación clínica, a los procedimientos previstos, a la posibilidad de desistencia de la participación y de ocurrencia de eventos adversos. Permaneció la noción de que el propósito primario de la investigación es terapéutico, a pesar de que hubo reducción en el porcentaje de participantes que asociaron la investigación al tratamiento médico. El Teatro del Oprimido posibilitó que las discusiones sobre helmintiasis y de la investigación clínica fueran contextualizadas y materializadas. Los individuos pudieron despojarse o reducir sus representaciones previas. CONCLUSIONES: La participación de niños y adolescentes en ensayos clínicos debe ser precedida por intervención educativa, ya que individuos de ese grupo etario no pudieron siquiera reconocer que tienen derecho a decidir por sí mismos.OBJECTIVE: To analyze the effects of a pedagogical intervention on the learning of children and teenagers participating in a clinical research. METHODS: Quantitative, quasi-experimental and longitudinal study, part of a group of studies conducted to test a vaccine against ancylostomiasis. Convenience sample with 133 students aged 10-17 years, of both sexes, from the school Escola Municipal de Maranhão (Southeastern Brazil), 2009. A structured questionnaire was used, which was administered before and after the intervention. The pedagogical device was the "Theater of the Oppressed". The dependent variables were specific and global knowledge about clinical research and about parasitic worms; the independent variable was participation in the educational intervention. RESULTS: There was an increase in knowledge about signals and symptoms, susceptibility to reinfection and way of contagion after the educational intervention. We observed an increase in the number of right answers concerning duration of clinical research, procedures, the possibility of quitting participation, and occurrence of adverse events. The notion that the research's primary purpose is therapeutic remained, but the percentage of participants who associated the research with medical treatment decreased. The "Theater of the Oppressed" enabled that the discussions about helminthiasis and clinical research were contextualized and materialized. The subjects could dispose of or reduce their previous representations. CONCLUSIONS: Participation of children and adolescents in clinical trials must be preceded by an educational intervention, since individuals of that age group do not even recognize they have the right to decide for themselves.

Keywords