Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Mar 2025)

Estratégias de Proteção Esofágica para Ablação de Fibrilação Atrial: Resultados Comparativos de Avaliações Endoscópicas Consecutivas

  • Alberto Pereira Ferraz,
  • Cristiano Faria Pisani,
  • Esteban Wisnivesky Rocca Rivarola,
  • Tan Chen Wu,
  • Francisco Carlos da Costa Darrieux,
  • Rafael Alvarenga Scanavacca,
  • Muhieddine Omar Chokr,
  • Carina Abigail Hardy,
  • Sissy Lara de Melo,
  • Denise Tessariol Hachul,
  • Beatriz Hachul de Campos,
  • Mauricio Ibrahim Scanavacca

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20230913
Journal volume & issue
Vol. 122, no. 3

Abstract

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Resumo Fundamento A ocorrência de fístula atrioesofágica após o procedimento ode ablação de fibrilação atrial (FA) continua uma preocupação. Não existe uma abordagem padronizada para minimizar seus riscos e mortalidade. Objetivos Apresentar a experiência de sete anos de um monitoramento endoscópico sistemático de lesão esofágica após a ablação de FA por cateter. Métodos Estudo unicêntrico retrospectivo de avaliação endoscópica sistemática após ablação e FA em procedimentos consecutivos realizados entre 2016 e 2022. Um valor de p < 0.05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados Foram analisados 823 procedimentos de ablação de FA com Esofagogastroduodenoscopia (EGD) de controle. A maioria (n=588; 71,4%) dos pacientes submetidos ao procedimento era do sexo masculino, 575 (69,9%) apresentaram FA paroxística. Monitoramento da temperatura esofágica foi realizada usando um sensor único em 310 pacientes (40,3%) e uma sonda multissensor em 306 (39,8%) pacientes. As lesões estavam presentes em 217 EGD (26,5%): hematoma-equimose em 27 (3,3%), eritema em 14 (1,7%), erosão em 78 (9,5%) e úlcera em 67 (8,2%) pacientes. Nenhuma estratégia de proteção do esôfago foi associada à maior ocorrência de úlceras, com exceção do uso de cateter de ponta de 8mm (14,7% de úlceras com cateter de ponta de 8mm vs. 6,7% com outros cateteres, p = 0,001). Lesões térmicas foram detectadas precocemente e tratadas. A maioria das lesões foi considerada curada na endoscopia, mas um paciente que foi submetido ao isolamento da veia pulmonar com um cateter de ponta de 8mm apresentou fístula esofágica, que foi tratada com sucesso com clipe metálico endoscópico e técnica endoloop. Conclusão A incidência de lesões esofágicas é alta na EGD de rotina realizada após a ablação de FA, embora, na maioria dos casos, sua cura ocorra espontaneamente. Pacientes que se submeteram à ablação com o cateter de ponta de 8mm apresentaram lesões térmicas mais graves. Endoscopia esofágica precoce pode ajudar no diagnóstico de lesões em fases iniciais e a prevenção de fístulas após a ablação de FA.

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