Revista Espaço Acadêmico (Jun 2017)

Desenvolvimento sustentável: a (des)organização do consumo na mente dos indivíduos no modo de produção capitalista

  • Estevan Rodrigues Liska

Journal volume & issue
Vol. 17, no. 193

Abstract

Read online

Diversos autores como Capra (1996) e Kempf (2010) apresentam novas propostas para um mundo cada vez mais ávido por transformar e consumir os bens materiais que a natureza reserva para a manutenção da vida. É diante de crises ecológicas e da devastação dos recursos naturais que os autores propõem romper com o paradigma predominante, que tem como modelo econômico e político o uso cada vez mais perverso sobre a natureza, transformada em valor de troca. Nesse sentido, o sistema capitalista é incapaz de garantir os bens materiais às futuras gerações, sendo apontado pelos autores que seja necessário romper-se com a lógica do capital e inventar ou propor novos valores sociais antes que um cataclismo ambiental coloque o mundo em crise profunda. A questão que está no centro do debate sobre o uso da natureza pelo capital consiste em saber identificar como a cultura individualista opera nos indivíduos, cada vez mais ávidos pela competição desenfreada promovida pelo mercado. Dessa forma, realizou-se uma reflexão sobre o emprego do discurso de desenvolvimento sustentável dentro do sistema capitalista, entendendo que a acumulação exponencial sem fim (HARVEY, 2014) do capital se pautará numa nova captura de renda sobre os países pobres. Trata-se da imposição, por meio de normas ambientais, de novas inovações nos meios de produção e nas mercadorias que privilegiem a menor degradação do meio ambiente, mas que, por outro lado, países pobres não têm volumes grandes de capital acumulado, o que obriga a burguesia e os Estados nacionais a se endividarem na compra desses novos meios de produção. Daí o problema do discurso e da defesa do desenvolvimento sustentável no modo de produção capitalista.

Keywords