Revista Brasileira em Promoção da Saúde (Jan 2012)

Projeto sala de espera: uma proposta para a educação em diabetes - doi:10.5020/18061230.2006.p197

  • Clarisse Mourão Melo Ponte,
  • Virgínia Oliveira Fernandes,
  • Maria Helane da Costa Gurgel,
  • Vivian Saraiva Veras,
  • Ana Rosa Pinto Quidute,
  • Renan Magalhães Montenegro,
  • Silvana Linhares de Carvalho,
  • Renan Magalhães Montenegro Junior

DOI
https://doi.org/10.5020/982
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 4
pp. 197 – 202

Abstract

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A educação é um aspecto fundamental do cuidado do diabético. Para tal, várias estratégias têm sido buscadas. Os objetivos do presente estudo foram descrever o “Projeto Sala de Espera”, uma proposta que se baseia na utilização do período em que o paciente aguarda o atendimento individual para promover educação em diabetes; e avaliar o perfil clínico-epidemiológico dos diabéticos participantes deste projeto. Foram realizadas 20 reuniões, de março a outubro de 2006, com 350 pacientes seguidos no Ambulatório de Diabetes, do Hospital Universitário Walter Cantídio - UFC e seus acompanhantes. Desses, 76 pacientes, selecionados aleatoriamente, foram entrevistados. As reuniões ocorriam a cada sexta-feira, em 2 sessões de aproximadamente meia-hora, que eram dirigidas por equipe uma multidisciplinar, e contavam com 25 participantes em cada. Ao término, era servido um café da manhã, o qual era utilizado para a educação nutricional. Entre os entrevistados, predominaram mulheres (85,5%), com média de idade 60,4±9,1 anos e tempo médio de diagnóstico de 10,6±5,9anos. Em relação ao tratamento, dos participantes, 40,7% usavam insulina; 63,1% antidiabéticos orais e 9,2% adotavam apenas mudanças no estilo de vida. A adesão às drogas era contínua em apenas 47,8% e a maioria (67,1%) não praticava atividades físicas. Quanto a dietoterapia, somente 31,5% aderiam plenamente. Mais de 75% dos avaliados eram alfabetizados e recebiam um salário mínimo ou menos. A partir das observações oriundas da prática, pode-se perceber: maior motivação dos pacientes após cada reunião, participação mais ativa nas consultas médicas e um crescente interesse sobre a sua enfermidade e o seu cuidado. Proporcionar a participação do diabético no seu tratamento, estimulando o autocuidado, é um desafio a ser alcançado por todos os serviços de saúde e que pode ser facilitada com a utilização de propostas como a descrita.

Keywords