Pesquisa Veterinária Brasileira ()

Aspectos patológicos e imuno-histoquímicos da polisserosite em búfalos (Bubalus bubalis)

  • Maria A.S. Teixeira,
  • Felipe Marlon Costa Machado,
  • Natália Maxine Ferreira Pinheiro Sarmento,
  • Carlos Alberto Oliveira Júnior,
  • Gabriela Riet-Correa,
  • Valíria Duarte Cerqueira,
  • Ticiana do Nascimento França,
  • Pedro Soares Bezerra Júnior

DOI
https://doi.org/10.1590/1678-5150-pvb-5319
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 1
pp. 59 – 64

Abstract

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RESUMO: Polisserosites são alterações inflamatórias das serosas viscerais e parietais das cavidades corpóreas. Um tipo especial destas alterações foi identificado em bubalinos abatidos para consumo nos anos 80, sendo associada a infecção por Chlamydia psittaci. Apesar da importância da bubalinocultura no Pará, do caráter zoonótico da C. psittaci e da possibilidade de envolvimento de outros agentes na afecção, são raros trabalhos sobre a enfermidade desde os estudos pioneiros. No presente trabalho casos identificados como polisserosite pelo serviço de inspeção sanitária em búfalos abatidos para consumo foram coletados com objetivo de determinar a frequência e origem dos mesmos e de caracterizar as lesões e pesquisar antígenos de Chlamydia spp. nas mesmas. De um total de 2.887 bubalinos abatidos no período de estudo foram identificados 48 (1,66%) casos. O município de Santa Cruz do Arari na Ilha de Marajó apresentou a maior porcentagem de casos em relação ao número de animais abatidos (6,49%, 5/77). Na macroscopia as lesões se caracterizaram por áreas opacas, branco-amareladas de espessamento das serosas, por vezes com franjas fibrosas na superfície. Os resultados permitem concluir que os casos classificados como polisserosite pelos veterinários da inspeção sanitária nos búfalos abatidos para consumo correspondem na histopatologia a um tipo incomum de polisserosite, caracterizada por infiltrado linfocitário, com ocasionais formações de folículos linfoides terciários ou ectópicos. Foi observado ainda nestas lesões um predomínio de linfócitos T (CD3 positivos) no infiltrado, sendo os linfócitos B (CD79 positivos) presentes em maior número no interior das estruturas foliculares. Não foram demonstrados antígenos de clamídias nas lesões do presente estudo, o que demonstra a necessidade de estudos adicionais relativos a(s) etiologia(s) das lesões.

Keywords