Ecos do Minho (Jun 2016)

Movimentos oculares anómalos – a propósito de um caso clínico

  • Diana Bordalo,
  • Tânia Lopes,
  • Paula Fonseca,
  • Fernanda Carvalho,
  • Sónia Figueiroa,
  • Cecília Martins

Journal volume & issue
Vol. 11, no. 1
pp. 11 – 14

Abstract

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Introdução: Os tiques são as perturbações hipercinéticas mais comuns na infância. Correspondem a movimentos e/ou sons repetitivos, breves, intermitentes e sem objetivo. Podem classificar-se como motores/vocais e simples/complexos. Caso clínico: Menina de 5 anos, observada por movimentos anómalos oculares à esquerda, com dois dias de evolução. Ao exame objetivo destacava-se pestanejar frequente seguido de movimentos irregulares do olho esquerdo, com duração de segundos. O desenvolvimento psicomotor era adequado e o restante exame objetivo, nomeadamente, o exame neurológico, era normal. Posteriormente iniciou movimentos anómalos, também no olho direito. Por suspeita de síndrome opsoclonus–mioclonus realizou ressonância magnética cerebral e toraco-abdomino-pélvica e efetuou doseamento de catecolaminas urinárias. Todos estes exames foram normais. Foi avaliada em consulta de Neuropediatria, sendo diagnosticado tique motor ocular complexo. Verificou-se melhoria gradual da sintomatologia sem necessidade de terapêutica. Discussão: Os tiques podem ter impacto negativo na vida da criança. Habitualmente são transitórios, melhorando na adolescência, não requerendo tratamento. Os autores apresentam este caso porque a complexidade dos movimentos oculares sugeriu outra hipótese de diagnóstico, potencialmente grave, que exigia investigação e pronta atuação.

Keywords