Psicologia: Ciência e Profissão ()

Enfrentando as Queixas: o Desenvolvimento da Atividade Voluntária para a Psicologia Histórico-Cultural

  • Ana Paula Alves Vieira,
  • Záira Fátima de Rezende Gonzalez Leal

DOI
https://doi.org/10.1590/1982-3703002052017
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 4
pp. 680 – 695

Abstract

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Resumo: Diante dos problemas no processo de escolarização relacionados à dificuldade na capacidade da criança em controlar seu comportamento (ter objetivos definidos em suas atividades e encontrar os meios para alcançá-los), se faz necessário compreender a gênese e o desenvolvimento dos processos psíquicos para fazer frente a essa situação. Este artigo deriva de uma dissertação que objetivou investigar como se desenvolve a atividade voluntária a partir da Psicologia Histórico-Cultural, bem como contextualizar as preocupações dos teóricos fundadores dessa abordagem relativas ao tema; situar o aumento de queixas de crianças com dificuldades relacionadas à atividade voluntária; entender esse processo na periodização do desenvolvimento. A pesquisa seguiu o método Materialista Histórico, buscando a origem, o desenvolvimento e as múltiplas determinações do objeto de pesquisa em questão. Foram realizados levantamentos bibliográficos no Portal de Periódicos Capes com palavras-chave que correspondiam à voluntariedade (Autocontrole/Autorregulação/Atividade voluntária), “Psicologia escolar/educacional” e “Psicologia Histórico-Cultural” (Vygotski/Vygotsky/Vigotski) e nas obras de autores do enfoque histórico-cultural. Identificamos que o desenvolvimento da atividade voluntária se relaciona com a formação dos processos psicológicos superiores, a partir da atividade que medeia o indivíduo e a realidade em cada período do desenvolvimento, bem como pela formação da linguagem. O jogo de papéis consiste em uma atividade importante no desenvolvimento da voluntariedade, pois envolve a internalização de regras sociais e o desenvolvimento da hierarquia de motivos. A compreensão do desenvolvimento da voluntariedade contribui para a instrumentalização de profissionais acerca da não patologização do processo de ensino e aprendizagem e para a discussão e atuação crítica em Psicologia.

Keywords