Pensar Enfermagem (Dec 2008)

Qual o lugar da escrita sensível nos registos de enfermagem?

  • Amaro Martins,
  • Ana Alexandra Pinto,
  • Cidolina Maria Lourenço,
  • Elisa Pimentel,
  • Isabel Fonseca,
  • Maria João André,
  • Maria Paula Portela de Almeida,
  • Odete da Silva Mendes,
  • Rosa Marques Santos

DOI
https://doi.org/10.56732/pensarenf.v12i2.7
Journal volume & issue
Vol. 12, no. 2

Abstract

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A importância dos registos de enfermagem é actualmente reconhecida e indispensável para assegurar a continuidade dos cuidados, realçando a sua função de comunicação dos aspectos resultantes deste processo de cuidados. Sendo o ser humano o alvo da profissão de enfermagem, é imperativo construir uma linguagem em que o elemento humano esteja bem visível. Mas será que esta linguagem tradutora de sensibilidade e que identifica a pessoa como única está presente nos registos realizados? Esta questão surgiu como força impulsionadora para a realização deste estudo de carácter exploratório e descritivo, com uma abordagem qualitativa e teve como principal objectivo conhecer a expressão do agir pensado, da dimensão humana do cuidar, nos registos de evolução de enfermagem. Procedeu-se à análise das notas de evolução de dois clientes de cada um dos 18 serviços, num período de 24 horas. O tratamento dos dados foi realizado segundo a análise de conteúdo de Bardin. Deste estudo concluímos que, os enfermeiros reconhecem como grande finalidade dos registos a garantia da continuidade dos cuidados, realçando os aspectos técnicos e relacionados com as intervenções interdependentes. Os aspectos emocionais e os relativos à família não têm uma expressão significativa. As categorias, embora com menor número de unidades de registo, relacionadas com a atenção centrada na pessoa que está envolvida no processo de cuidar, a referência à sua autonomia e capacidade de decisão, faz sobressair na escrita a sua singularidade e a presença do enfermeiro nesta interacção de cuidar e ser cuidado.

Keywords