Revista Portuguesa de Cardiologia (Jun 2022)
Advances in hypertrophic cardiomyopathy: What the cardiologist needs to know
Abstract
Hypertrophic cardiomyopathy (HCM) is known as the most common genetic heart disease, characterized by otherwise unexplained left ventricular (LV) hypertrophy. In spite of major advances in whole genome sequence techniques, it is still not possible to identify the causal mutation in approximately half of HCM patients. Consequently, a new HCM concept, “beyond the sarcomere” is being developed, supported by data from recent HCM registries which reveal two distinct HCM subgroups: sarcomere positive HCM subgroup and nonfamilial HCM subgroup. Sarcomere positive HCM patients tend to be younger age at diagnosis, have fewer co-morbidities, present more often with reverse septal morphology, more myocardial fibrosis, less LV outflow tract obstruction, and a worse prognosis when compared to nonfamilial HCM patients. These subgroups, with different molecular basis, phenotypes and clinical profiles, will likely require specific management strategies.Important research advances have also been made concerning diagnosis, sudden cardiac death stratification and therapy. In this article, we seek to review recent relevant knowledge, summarizing the advances in this complex and heterogeneous disease. Resumo: A miocardiopatia hipertrófica (HCM) é conhecida como a doença cardíaca genética mais frequente, caracterizada pela presença de hipertrofia ventricular esquerda desproporcional às condições de carga. Apesar dos grandes avanços nas técnicas de sequenciação do genoma completo, ainda não é possível identificar a mutação causal em cerca de metade dos doentes com HCM. Consequentemente, um novo conceito de HCM, «para lá do sarcómero» encontra-se em desenvolvimento, apoiado em dados de registos de HCM recentes que evidenciam dois subgrupos distintos de HCM: subgrupo HCM mutação sarcomérica positiva e subgrupo HCM não familiar. Doentes com HCM mutação sarcomérica positiva tendem a apresentar idade mais jovem à data do diagnóstico, menos comorbilidades, mais frequentemente morfologia septal reversa, mais fibrose miocárdica, menor obstrução da câmara de saída do ventrículo esquerdo e pior prognóstico quando comparados com os doentes com HCM não familiar. Esses subgrupos, com bases moleculares, fenótipos e perfis clínicos distintos, provavelmente necessitarão de estratégias de prevenção e tratamento específicas.A investigação em HCM tem feito igualmente grandes progressos na última década relativamente ao diagnóstico, estratificação do risco de morte súbita e terapêutica farmacológica e não farmacológica. Neste artigo tentaremos rever e resumir os avanços mais relevantes no conhecimento desta complexa e heterogénea patologia.