Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PREVALÊNCIA DE SOROCONVERSÃO DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR TRANSFUSÃO ENTRE DOADORES DE SANGUE NO HEMOCENTRO DO PARÁ

  • PLMD Santos,
  • EYS Costa,
  • JPDR Lima,
  • PHDS Fernandes,
  • CHC Silva,
  • JS Oliveira,
  • NP Rodrigues,
  • RR Silva,
  • NL Silva,
  • GM Araújo

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S886 – S887

Abstract

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Objetivos: A hemovigilância atua na investigação retrospectiva de dados históricos sobre doenças e condições de saúde. Dessa forma, no hemocentro, a hemovigilância refere-se ao monitoramento de dados relacionados ao ciclo do sangue; desde a coleta, processamento, armazenamento até a transfusão sanguínea e distribuição dos hemoderivados, incluindo registros de doadores, transfusões, reações adversas, teste de triagem, exames sorológicos alterados e soroconversões, sendo elas: sífilis, doença de Chagas, HBV e HCV, HIV e HTLV. Este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de soroconversão de doadores de acordo com a infecção transmissível pelo sangue. Material e métodos: : Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, considerando a soroconversão das doações de sangue realizadas no HEMOPA no período de Janeiro de 2020 a Junho de 2024. Os dados secundários foram obtidos do sistema SBS.WEB. Resultados: : Foi possível verificar um total de 235.898 (100%) doações no período da pesquisa; destas 2.552 (1,08%) apresentaram soroconversão, com predomínio de 1.220 (43,8%) de Sífilis, seguida de 305 (11,9%) de HCV, 278 (18,8%) para HIV, 278 (10,8%) para HTLV, 215 (8,4%) para HBV pelo Anti-HBC e 108 (4,2%) pelo HEPB, e 95 (3,7%) para doença de Chagas. Discussão: : Compreende-se por soroconversão o doador de repetição em que na doação anterior não apresentou sorologia alterada e na doação atual, os testes resultaram sorologias reagentes, inconclusivas ou detectáveis. Percebe-se que o marcador de Sífilis apresentou mais de 40% no total de soroconversão. Porém, tal marcador é inespecífico, podendo ser falso positivo devido a doenças autoimunes, infecções virais, resfriados e outros. Os demais marcadores são específicos, apesar de valores com menor porcentagem, casos de Hepatite B e C ainda permanecem altos no mundo. Conclusão: : No processo de retrovigilância é possível identificar e corrigir padrões de incidentes adversos, como reações as transfusões, erros de compatibilidade sanguínea, contaminação bacteriana e até falhas nos testes de triagem. Dessa forma, levantamentos epidemiológicos com dados de soroconversão em banco de sangue são de fundamental importância para o monitoramento das taxas de prevalência de doenças infecciosas, acompanhamento da performance de testes laboratoriais, e vigilância contínua sobre os riscos infecciosos da transfusão de sangue, assim, contribuindo para segurança tanto de doadores como de pacientes e reduzir riscos futuros.