Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental (Jul 2020)

Do supereu antitético ao falo: o lugar da droga em sujeitos neuróticos

  • Daniela Santos Bezerra,
  • Vinicius Anciães Darriba

DOI
https://doi.org/10.1590/1415-4714.2020v23n2p198.4
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 2
pp. 198 – 220

Abstract

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O presente artigo parte da experiência clínica em uma unidade de internação psiquiátrica para homens com diagnóstico de dependentes químicos. Tal experiência foi tomada a partir do que se extrai do discurso do analista (Lacan 1969-70/1992). O agenciamento do objeto a revela que nem sempre a relação com a substância é a causa do sofrimento psíquico. Um dos aspectos presentes nessa clínica, na qual predominam sujeitos neuróticos, é o empuxo à repetição do fracasso, engendrando o sem-sentido. Tal atuação não diz respeito à relação com a droga, mas revela-se modus operandi do sujeito. Apontando a antítese entre falo e supereu, como a única instância que impõe o gozo, estabelecemos a diferença entre o uso da droga como suspensão do gozo fálico como indicado por Lacan (1975/1976) e a repetição compulsiva que exaure o sujeito e realiza o fracasso.

Keywords