Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Jun 2025)

Insuficiência Cardíaca Aguda em Pacientes com Cardiomiopatia Chagásica: Resultados do I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (BREATHE)

  • Pedro Gabriel Melo de Barros e Silva,
  • Denilson Campos Albuquerque,
  • Renato Delascio Lopes,
  • Paulo Roberto Nogueira,
  • Aguinaldo F Freitas Jr,
  • Carlos Vieira Nascimento,
  • Charles Mady,
  • Elizabete Silva dos Santos,
  • Mauro Esteves Hernandes,
  • Maria Alayde Mendonça Rivera,
  • João David de Souza Neto,
  • Alvaro Rabelo,
  • Manoel Fernandes Canesin,
  • Helder Reis,
  • Anderson da Costa Armstrong,
  • Conrado Hoffmann,
  • Renato Hideo Nakagawa Santos,
  • Isabella de Andrade Jesuino,
  • Luis Eduardo Rohde,
  • Lidia Zytinsky Moura,
  • Fabiana Goulart Marcondes-Braga,
  • Evandro Tinoco Mesquita,
  • José Albuquerque de Figueiredo Neto,
  • Ricardo Mourilhe-Rocha,
  • Luís Beck-da-Silva,
  • Mucio Tavares Oliveira Junior,
  • Marcus Vinicius Simões

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20240555
Journal volume & issue
Vol. 122, no. 5

Abstract

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Resumo Fundamentos Apesar de as características clínicas da Cardiomiopatia Chagásica Crônica (CCC) estarem bem estabelecidas, os dados clínicos sobre os pacientes são escassos. Objetivos Esta análise relata os resultados do I Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (BREATHE) avaliando as características basais e desfechos clínicos de pacientes com insuficiência cardíaca aguda secundária à CCC. Métodos O BREATHE incluiu 3013 pacientes adultos internados com insuficiência cardíaca aguda. Nós analisamos comparativamente 261 (8,7%) pacientes com CCC e 2752 (91,3%) pacientes com outras etiologias. Dados clínicos e demográficos, informações da estrutura e da função cardíaca no ecocardiograma e desfechos durante a internação hospitalar e após a alta foram avaliados em ambos os grupos. Testes univariados e multivariados foram realizados, e um p-valor < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados Pacientes com CCC apresentaram pressão arterial sistólica (108,3 ± 26,1 vs. 128,3 ± 30,3 mmHg, p<0,001) e fração de ejeção ventricular esquerda [25,4 (19 – 36)% vs. 37 (27 – 54) %, p<0,001) mais baixas, com taxas mais altas de distensão da veia jugular (54,8% vs. 38,9%, p<0,001), hepatomegalia (47,9% vs. 25,6%, p<0,001), e de perfil “frio e úmido” (27,2% vs. 10,6%, p<0,001). Pacientes com CCC apresentaram taxas mais altas do desfecho composto de morte ou transplante cardíaco (17,4% vs. 11,1%, p=0,004), e incidência cumulativa mais alta de morte após três meses (16,5% vs. 10,8%, p=0,017), seis meses (25,3% vs. 17,2%, p=0,006), e 12 meses (39,4% vs. 26,6%, p<0,001). Além disso, CCC associou-se independentemente com risco de mortalidade em 12 meses, com um odds ratio de 2,02 (IC95%: 1,47-2,77). Conclusão Em comparação a outras etiologias, os pacientes com CCC internados por insuficiência cardíaca aguda apresentaram um perfil de maior risco que foi associado com um pior desfecho durante a internação hospitalar e após a alta.

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