Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
CARACTERIZAÇÃO DOS TESTES DE HEMOLISINA E HEMAGLUTININA DE DOADORES DE PLAQUETA POR AFÉRESE, PERÍODO DE 2020-2022
Abstract
Objetivo: Avaliar a frequência de hemolisinas e hemaglutininas em doadores de plaquetas por aférese no Hemocentro Regional de Niterói (HEMONIT), situado no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP). Material e métodos: Estudo transversal retrospectivo utilizando dados de 2020 a 2022 registrados pelo laboratório de imuno-hematologia, referentes aos doadores de plaquetas por aférese, como dados demográficos, resultados dos testes de hemolisina e hemaglutinina, e classificação sanguínea ABO e Rh. Os testes de hemolisina foram realizados em microplaca, testando o soro do doador com células comerciais A1 e B, incubando-as a 37 ºC observando presença ou ausência de hemólise. Os testes de hemaglutinina determinaram a titulação das aglutininas anti- A e/ou anti- B em concentrações ≥1:100. Para tal, é realizado a técnica de titulação testando o soro com hemácias comerciais A1 e B a fim de observar a presença ou ausência de aglutinação. Os dados foram compilados em planilhas de Excel e analisados com cálculos de média e frequência. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa a partir do certificado de apresentação de apreciação ética nº67708223.6.0000.5243. Resultados: Foram identificados 34 doadores de plaquetas por aférese entre outubro de 2020 e dezembro de 2022, dos quais 20 aceitaram participar e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A análise do perfil dos doadores mostrou que 99,4% pertencem ao sexo masculino e 0,6% ao sexo feminino. A faixa etária predominante foi de 30 a 40 anos. A distribuição de grupos sanguíneos na instituição, demonstra maior frequência no grupo sanguíneo O (47,7%), seguido pelo grupo A (31,6%). Nos testes de hemolisina, 1,9% das doações foram positivas e 7,1% nos testes de hemaglutinina. Discussão: A análise do perfil dos doadores, demostrou predominância no sexo masculino, refletindo a política da instituição de minimizar o risco de lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão (TRALI). Os dados obtidos corroboram com a distribuição de grupos sanguíneos no Brasil, onde os grupos O e A são mais frequentes. Testes positivos para hemolisina foram observados em doadores do grupo O, sugerindo a presença de anticorpos anti-A e/ou anti-B com capacidade hemolítica. Testes positivos para hemaglutinina foram mais frequentes nos grupos O e A, indicando anticorpos em concentrações ≥1:100, capazes de causar aglutinação dos eritrócitos. Esses resultados sugerem que, apesar da baixa frequência de testes positivos, esses são essenciais para identificar doadores “O perigosos” e prevenir reações hemolíticas transfusionais. Conclusão: De acordo com os resultados obtidos, foi observado que o perfil demográfico de doadores de plaquetas por aférese do Hemonit é majoritariamente composto por homens adultos. A frequência de resultados positivos para os testes de hemolisina foi 1,9% e 7,1% para hemaglutinina.