Sur le Journalisme (Dec 2013)
La légitimation des journalistes professionnels en France
Abstract
Le statut juridique des journalistes français a été établi par une loi du 29 mars 1935 complétée par un décret du 17 janvier 1936. Ce statut est caractérisé par la mise en place d’une carte de journaliste professionnel et surtout par l’instauration de procédures particulières de rupture de contrat de travail (articles L-7611 & sq. du Code du Travail français). Toutefois l’accès à l’activité de journalistes reste très ouvert car la détention de la carte n’est pas obligatoire pour son exercice. La reconnaissance symbolique du professionnalisme des journalistes français passe donc par l’obtention d’une carte professionnelle, dite carte de presse, délivrée par une Commission - la Commission de la carte d’identité des journalistes professionnels / CCIJP - composée, à parts égales, de représentants des journalistes et de représentants des patrons de médias et renouvelée tous les trois ans. C’est une organisation indépendante qui attribue, en toute autonomie de jugement la carte professionnelle à ceux des journalistes qui en font la demande en prenant en compte la situation personnelle de chaque demandeur, en interprétant l’ensemble des textes réglementaires qui régissent à la fois l’activité des journalistes et celle des entreprises médiatiques. Elle a ainsi construit des règles d’attribution ce qui, à l’inverse, l’amène à définir les conditions de non-attribution, donc de refus de la carte. C’est précisément ce dernier point que nous allons analyser ici, à partir d’un corpus de 585 refus prononcés en 2010. Nous montrons comment la CCIJP fonctionne, quels sont les arguments qu’elle utilise pour refuser la carte et donc comment elle délimite le territoire, les « frontières » du journalisme professionnel légitime. L’existence d’une Commission supérieure d’appel, composée majoritairement de magistrats, ouvre un espace de tension autour des décisions de la CCIJP qui peuvent y être contestées. Nous observons comment la CCIJP renforce son indépendance et son autonomie dans la définition de qui est journaliste professionnel et qui ne l’est pas en ne tenant pas nécessairement compte des avis contradictoires prononcés par la Commission supérieure.The legal status of French journalists was established by a judicial act on March 29, 1935, and supplemented by a decree on January 17, 1936. This status is characterized by the implementation of a professional journalist card and the establishment of specific procedures in the event of a breach of work contract (Articles L- 7611 & ff. of the French Labour Code). Journalistic activity, however, remains easily accessible because holding the card is not required for its practice. Symbolic recognition of the professionalism of French journalists, therefore, requires obtaining a professional card issued by a commission, la Commission de la carte d’identité de journalistes professionnels (CCIJP - equal parts comprised representatives of journalists and representatives of media owners), renewable every three years. The CCIJP is an independent organization that assigns with complete decision-making autonomy the card to those journalists who make the request, taking into account the specific situation of each applicant, and by interpreting all the regulations that govern the activity of both journalists and media companies. In doing so, it establishes attribution rules which conversely define the conditions of non-attribution, i.e., card refusal. It is precisely this point we will analyze here based on a corpus of 585 refusals in 2010. We show how the CCIJP operates, what arguments are used to refuse the card, and, therefore, how it defines the territory - the “boundaries” - of legitimate professional journalism. The existence of a superior appeal court, la Commission supérieure, composed predominantly of judges, creates an atmosphere of tension around CCIJP decisions that may be challenged there. We observe how the CCIJP strengthens its independence and autonomy in defining who is a professional journalist and who is not, by not necessarily taking into account the conflicting opinions delivered by la Commission supérieure.O estatuto jurídico dos jornalistas franceses foi estabelecido por uma lei de 29 de março de 1935 e complementado por um decreto de 17 de janeiro de 1936, que estabeleceram a criação de uma carteira profissional de jornalista e, especialmente, definiram procedimentos específicos para a quebra de contrato de trabalho (artigos L-7611 e ss. do Código do Trabalho francês). No entanto, o acesso à atividade jornalística não é restrito e o documento não é obrigatório para o exercício da profissão. O reconhecimento simbólico do profissionalismo dos jornalistas franceses, contudo, passa pela obtenção de uma carteira profissional, deste documento de imprensa emitido pela Comissão da Carteira de Identidade dos Jornalistas Profissionais (CCIJP) – composta, em partes iguais, por representantes dos jornalistas e dos proprietários de meios de comunicação – e que deve ser renovado a cada três anos. Trata-se de uma organização independente, com autonomia de julgamento para conceder a carteira profissional aos jornalistas que a demandam, considerando a situação pessoal de cada solicitante e os regulamentos que regem tanto a atividade de jornalistas quanto a das empresas de mídia. Foram constituídas regras de concessão que, ao contrário, definem as condições de não concessão, portanto, de negação da carteira profissional. É exatamente este último ponto que vamos analisar neste trabalho, a partir de um corpus de 585 recusas realizadas em 2010. Nós mostramos como a CCIJP funciona, quais são seus argumentos utilizados para negar o documento e, assim, como ela delimita seu território, ou seja, as “fronteiras” do legítimo jornalismo profissional. A existência de uma Comissão Superior de Apelação, composta majoritariamente por juízes, abre um espaço de tensão em torno das decisões da CCIJP que podem ser contestadas. Nós observamos como a CCIJP reforça sua independência e autonomia na definição de quem é e quem não é jornalista profissional, não necessariamente levando em conta os posicionamentos conflitantes da Comissão Superior.