Brazilian Neurosurgery (Jun 2005)

Considerações hidrodinâmicas sobre a derivação liquórica: Parte II: O efeito sifão em sistemas de drenagem externa

  • Angelo L. Maset,
  • José R. Camilo,
  • Edson D.R. Vieira

DOI
https://doi.org/10.1055/s-0038-1625462
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 02
pp. 45 – 51

Abstract

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Objetivo: a hiperdrenagem devido a acidentes e manipulação inadequada de sistemas de drenagem externa é um fato e submete o paciente a conseqüências graves, muitas vezes até à morte. Essa complicação mecânica tem sido subestimada e para a qual não existe mecanismo protetor até esse momento. Este trabalho procura responder às seguintes questões: (1) qual é o tempo necessário para que ocorra a drenagem de todo o líquor contido nos ventrículos para o sistema de drenagem externa? (2) qual é a influência do gradiente hidrostático no tempo de drenagem? (3) qual a influência da pressão intraventricular no tempo de drenagem? Materiais e métodos: utilizando-se de uma bancada de testes para hidrodinâmica, as tubagens de três sistemas, comerciais disponíveis no país, foram testadas quanto às suas características de fluxo. Foram simulados gradientes hidrostáticos negativos de 12,5; 25; 50 e 100 cm, e pressão intraventricular (PIV) de 5, 10, 15 e 20 cm H2O. Resultados: o tempo de escoamento do líquor ventricular depende do raio e do comprimento do tubo do sistema utilizado. Entretanto, qualquer que seja o sistema utilizado, o escoamento ocorre muito rapidamente. O gradiente hidrostático é o fator mais importante na drenagem do conteúdo ventricular no efeito sifão; a PIV e o raio do tubo têm importâncias relativas, que se atenuam conforme aumenta o gradiente hidrostático negativo. Conclusão: a quantificação temporal do fluxo livre de uma bolsa de drenagem ressalta a importância clínica de se desenvolver mecanismos protetores contra o efeito sifão em sistemas de drenagem externa.

Keywords