Opus (Sep 2019)

Memória e imagética na prática violonística

  • Jonathan Spinelli,
  • Regina Antunes Teixeira dos Santos

DOI
https://doi.org/10.20504/opus2019c2501
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 3
pp. 1 – 29

Abstract

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Esta pesquisa investigou a potencial relação entre habilidades de memorização na prática violonística em função das habilidades imagéticas. Nove violonistas foram submetidos a testes de memorização com privação de feedback sensorial de três condições experimentais: motora (remoção do feedback sonoro), aural (remoção do feedback motor) e visual (remoção dos feedbacks motor e aural). Condições de controle foram também testadas. Os participantes foram instruídos a imaginarem o feedback ausente. Após dez repetições dos trechos musicais construídos especialmente para os testes, os violonistas tocavam o que memorizaram em condições habituais de performance. O desempenho na memorização dos trechos estudados nas condições motora e visual foi inferior àquele obtido nas condições aural e controle, o que indicou a importância da presença do feedback sonoro durante o estudo de peças novas para o processo de memorização. Relacionando esses desempenhos com as habilidades de imagética aural dos participantes, notou-se que aqueles com maiores habilidades de imagética não foram prejudicados pela ausência dos feedbacks nas tarefas de memorização, mantendo o desempenho em todas as condições testadas. Estes dados sugerem a importância da habilidade de imagética aural e corrobora com a ideia de que os músicos podem se beneficiar dela para o processo de memorização.

Keywords