Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2023)

Monitoramento pós incorporação no Sistema Único de Saúde: uma análise de infliximabe, vedolizumabe e tofacitinibe para o tratamento da retocolite ulcerativa

  • Jéssica Barreto Ribeiro dos Santos,
  • Amanda Oliveira Lyrio ,
  • Felipe Ferré,
  • Tacila Pires Mega,
  • Ana Carolina de Freitas Lopes,
  • Luciene Fontes Schluckebier Bonan

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.147
Journal volume & issue
Vol. 8, no. s. 2

Abstract

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Introdução: A retocolite ulcerativa é uma condição inflamatória crônica imunomediada do intestino grosso que está frequentemente associada à inflamação do reto. Atualmente, os medicamentos infliximabe, vedolizumabe e tofacitinibe são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para os casos de dependência de corticoide apesar de dose adequada de azatioprina por um tempo mínimo de 12 semanas. Objetivo: Avaliar a implementação, a utilização, o custo do tratamento por paciente-ano e o impacto orçamentário de infliximabe, vedolizumabe e tofacitinibe para o tratamento da retocolite ulcerativa moderada a grave no SUS. Material e Método: Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva por meio da Sala Aberta de Situação de Inteligência em Saúde (Sabeis), que é originada do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Foram incluídos todos os pacientes com CID-10 primário da retocolite ulcerativa e em uso de infliximabe, vedolizumabe ou tofacitinibe. O período de análise foi da implementação do infliximabe até dezembro de 2022. Resultados: Após a incorporação no SUS, os medicamentos foram disponibilizados em um período que variou de 7 a 20 meses. Foram atendidos 5.484 pacientes, sendo que 5.038 permaneceram em tratamento em 2022. O infliximabe foi o mais utilizado (55%), possivelmente por ser o primeiro implementado. No entanto, o vedolizumabe apresentou maior crescimento, com acréscimo de cerca de 60 pacientes por mês, seguido por infliximabe e tofacitinibe com cerca de 35 e 18 pacientes por mês, respectivamente (p<0,001). Os preços unitários dos medicamentos foram inferiores ao proposto na incorporação e reduziram após a incorporação, exceto pelo tofacitinibe na última aquisição. Em 2022, o vedolizumabe teve o maior custo de tratamento por paciente-ano (R$25.802,16 no primeiro ano e R$ 19.351,62 no segundo ano). Infliximabe e tofacitinibe foram aproximadamente 20% e 50% mais baratos que o vedolizumabe, respectivamente, no primeiro e segundo ano de implementação. O impacto orçamentário do infliximabe e vedolizumabe foi similar no primeiro ano (R$ 17.499.132,00 e R$ 15.259.756,00, respectivamente). No segundo ano de implementação do infliximabe, o impacto orçamentário quase dobrou devido à maior difusão do medicamento (R$ 33.474.056,94). O impacto orçamentário para o infliximabe e vedolizumabe foi menor do que o estimado no relatório de incorporação, com estimativas para o primeiro ano de R$ 34.360.544,12 e R$ 45.922.752,22, respectivamente. No entanto, não foi possível avaliar o tofacitinibe devido ao tempo inferior a 12 meses de incorporação. Discussão e Conclusões: Essa análise apresenta dados de mundo real de infliximabe, vedolizumabe e tofacitinibe para o tratamento da retocolite ulcerativa, verificando-se a importância do monitoramento das tecnologias incorporadas pelo SUS.

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