Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Sep 2010)

Actividades preventivas e indicadores - Quanto tempo sobra?

  • Daniel Pinto,
  • Susana Corte-Real,
  • José Mendes Nunes

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v26i5.10780
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 5

Abstract

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Objectivos: Determinar o número de consultas necessário durante um ano para realizar alguns procedimentos preventivos seleccionados e, nas pessoas com diabetes ou hipertensão arterial, cumprir os indicadores de desempenho contratualizados. Métodos: Estudo descritivo baseado na lista de utentes de um médico de família (1587 utentes). Considerou-se a vigilância de crianças e jovens, grávidas, diabéticos e hipertensos e os rastreios dos cancros da mama, do colo do útero e colo-rectal, da hipertensão arterial, da dislipidémia e da obesidade. Foi definido o seguimento adequado para cada situação com base em normas de orientação clínica, na taxa de cobertura contratualizada pela Unidade de Saúde Familiar e na definição de indicadores de desempenho da Missão para os Cuidados de Saúde Primários. Considerou-se a realização de cada actividade em separado ou de múltiplas actividades preventivas e de vigilância na mesma consulta. Resultados: Seriam necessárias 2848,5 consultas para levar a cabo as actividades preventivas e de vigilância estudadas se estas fossem realizadas em separado. Considerando a possibilidade de efectuar múltiplas actividades na mesma consulta, seriam necessárias 2008,9 consultas por ano (50,6% do total realizado no ano anterior). Conclusões: A realização das actividades preventivas e o cumprimento de indicadores de desempenho exigem um dispêndio considerável de tempo. Antes de serem atribuídas mais tarefas aos médicos de família, será necessário estudar o impacto de cada uma em termos recursos a despender para a sua execução.

Keywords