Revista de Saúde Pública (Feb 2001)

Age transition of tuberculosis incidence and mortality in Brazil Transição etária da incidência e mortalidade por tuberculose no Brasil

  • Flávio Chaimowicz

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102001000100012
Journal volume & issue
Vol. 35, no. 1
pp. 81 – 87

Abstract

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OBJECTIVE: Before the Aids pandemic, demographic transition and control programs prompted a shift in the age of incidence of tuberculosis from adults to older people in many countries. The objective of the study is to evaluate this transition in Brazil. METHODS: Tuberculosis incidence and mortality data from the Ministry of Health and population data from the Brazilian Bureau of Statistics were used to calculate age-specific incidence and mortality rates and medians. RESULTS: Among reported cases, the proportion of older people increased from 10.5% to 12% and the median age from 38 to 41 years between the period of 1986 and 1996. The smallest decrease in the incidence rate occurred in the 30--49 and 60+ age groups. The median age of death increased from 53 to 55 years between 1980 and 1996. The general decline in mortality rates from 1986 to 1991 became less evident in the 30+ age group during the period of 1991 to 1996. A direct correlation between age and mortality rates was observed. The largest proportion of bacteriologically unconfirmed cases occurred in older individuals. CONCLUSIONS: The incidence of tuberculosis has begun to shift to the older population. This shift results from the decline in the annual risk of infection as well as the demographic transition. An increase in reactivation tuberculosis in older people is expected, since this population will grow from 5% to 14% of the Brazilian population over the next 50 years. A progressive reduction in HIV-related cases in adults will most likely occur. The difficulty in diagnosing tuberculosis in old age leads to increased mortality.OBJETIVO: Antes da pandemia de Aids, a transição demográfica e os programas de controle estavam deslocando a incidência da tuberculose de adultos para idosos em diversos países. O objetivo do estudo é determinar se essa transição tem ocorrido no Brasil. MÉTODOS: Dados de incidência de tuberculose e de mortalidade decorrente dessa doença, derivados do Centro Nacional de Epidemiologia e Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), e os dados populacionais oriundos da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram empregados para calcular medianas e coeficientes de incidência e mortalidade por faixa etária. RESULTADOS: Entre 1986 e 1996, a proporção de casos em idosos subiu de 10,5% para 12%, e a mediana de idade de 38 para 41 anos. O menor declínio do coeficiente de incidência ocorreu nas faixas de 30-49 anos e 60 anos e mais . Entre 1980 e 1996, a mediana de idade dos óbitos subiu de 53 para 55 anos. O declínio generalizado dos coeficientes de mortalidade observado entre 1986 e 1991 tornou-se menos expressivo, nas faixas de 30 anos e mais, entre 1991 e 1996. Houve correlação direta entre idade e mortalidade. A maior proporção de casos sem confirmação bacteriológica ocorreu em idosos. CONCLUSÕES: A incidência de tuberculose começa a ser deslocada para idosos. Por um lado, contribuem a eficácia da vacinação com BCG e redução do risco de infecção na comunidade. Por outro, o crescimento da população de adultos e idosos. O diagnóstico difícil nessa faixa etária determina elevada mortalidade. Nos próximos 50 anos deverá ocorrer redução progressiva dos casos associados à Aids em adultos, e expressivo aumento dos casos de reativação em idosos, cuja população saltará de 5% para 14% no Brasil. A proporção de idosos (5% para 14%) é estimativa dos demógrafos. Os casos associados a Aids e de reativação em idoso é uma conclusão baseada nas modificações incipientes reveladas por esta pesquisa.

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