Atuação da extensão universitária na promoção do descarte adequado de medicamentos na atenção básica de saúde em Feira de Santana-BA: um relato de experiência

Abstract

Introdução: A destinação final de resíduos de medicamentos é um tema relevante para a saúde pública, pois as propriedades químicas destes resíduos oferecem riscos ao meio ambiente e, consequentemente, à saúde humana. Falta conhecimento, por parte da população, sobre a forma adequada de descarte e das consequências do descarte incorreto; e ainda, as possibilidades para a destinação final correta dos medicamentos vencidos, avariados, ou não utilizados, tais como pontos de coleta e campanhas publicitárias que incentivem a prática, são escassas. Objetivo: Relatar as experiências de atividades extensionistas sobre descarte adequado de medicamentos desenvolvidas junto aos usuários e trabalhadores de Feira de Santana – BA. Metodologia: Tratam-se de atividades realizadas por meio do Programa de Promoção do Uso Racional de Medicamentos na Atenção Básica no município de Feira de Santana na Unidade de Saúde da Família (USF) – Campo Limpo II, localizada no município, com a realização de atividades educativas e coleta de medicamentos vencidos, entre julho de 2018 e maio de 2019. Resultados: Dentre atividades realizadas no período acima referido pode-se citar a divulgação de materiais informativos aos usuários da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que esclarecessem os perigos do descarte incorreto de medicamentos e a importância da prática adequada e a coleta de medicamentos vencidos. Um dispositivo para coleta de medicamentos vencidos, elaborado de acordo com a NBR 16457 de 09/2016, foi instalado na USF- Campo Limpo II e a população instruída sobre a utilização adequada do mesmo e incentivados ao uso racional dos medicamentos para evitar as perdas e sobras. Durante o período, 1.749 g de medicamentos foram coletados, destes, aproximadamente, 50,4% (882,4g) eram sólidos e estavam todos fora do prazo de validade determinado pelo fabricante; deste percentual, 34,9% eram medicamentos para controle da hipertensão arterial e do diabetes (Hiperdia); 26,2% eram antimicobrianos; 25,5% eram medicamentos sujeitos à controle especial e os 13,4% restantes compreendiam variadas classes (anticoncepcionais, antihistamínicos, polivitamínicos, anti-inflamatórios, e outros). Os medicamentos descartados foram encaminhados para outros pontos de coleta localizados em farmácias privadas de Feira de Santana que, posteriormente, foram destinados à incineração. Conclusão: Diante destes resultados, tornam-se relevantes mais ações que promovam o descarte correto de medicamentos. Os serviços da Atenção Básica, mais especificamente as Unidades de Saúde da Família (USF), são importantes agentes do processo de acesso à medicamentos, que poderão necessitar ser descartados posteriormente. Portanto, iniciativas que, como esta, disponibilizem à população o descarte correto e de forma segura, contribuem para a preservação ambiental e evitam que estes medicamentos fiquem acumulados nas residências, elevando a qualidade de vida no planeta.