Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Sep 2020)

Paracentese de alívio no domicílio

  • Diani de Oliveira Machado,
  • Verlaine Balzan lagni,
  • Mauro Binz Kalil,
  • Raquel Jeanty de Seixas Mestriner,
  • Rosane Pignones Coelho,
  • Sati Jaber Mahmud

DOI
https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2278
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 42

Abstract

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Introdução: A ascite é definida como um acúmulo de líquido na cavidade peritoneal e, em 75% dos casos, é causada por cirrose e hipertensão da veia porta de várias etiologias. Seu tratamento inclui restrição de fluidos, diurese e paracentese de grande volume. A paracentese de alívio é o procedimento de remoção de fluido ascítico da cavidade peritoneal com a finalidade de reduzir a pressão intra-abdominal e aliviar sintomas associados como dispneia, dor e desconforto abdominal. É uma técnica simples e segura que pode ser realizada em ambiente hospitalar e ambulatorial. A expansão dos Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) no país oportunizou a realização de procedimentos de maior complexidade no domicílio podendo contribuir com o bem-estar de pacientes em cuidado paliativo domiciliar. Objetivo: Descrever o perfil de pacientes submetidos à paracentese de alívio em um SAD. Métodos: Estudo transversal, incluindo pacientes consecutivos que realizaram paracentese de alívio no domicílio entre os anos 2009 e 2017. Os dados foram coletados em prontuário. Para a análise descritiva dos dados estatísticos utilizou-se o Software Statistical Package for the Social Sciences v. 18.0 (SPSS). Resultados: A amostra foi composta por 15 pacientes, apresentando uma média do Índice de Comorbidade de Charlson de 8,1 (3-15). As neoplasias foram as principais causas de ascite nos pacientes acompanhados (80,2%). No período do estudo foram realizadas 48 paracenteses de alívio. Seis pacientes apresentaram sintomatologia clínica com necessidade de visita domiciliar (VD) não programada. Em relação às complicações do procedimento de paracentese, um paciente apresentou sangramento no local da punção. Todas as situações acima foram manejadas no domicílio. Em relação aos desfechos do atendimento no SAD, 53% dos pacientes necessitaram de reinternação hospitalar por piora clínica. Conclusões: A paracentese de alívio no domicílio mostra-se como uma prática segura, reduzindo idas desnecessárias a serviços de urgência/emergência e com bons índices de satisfação relatados pelos pacientes, desde que os profissionais sejam devidamente capacitados para realização do procedimento, com rotina e técnica instituída pelo SAD.

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