Trayectorias Humanas Trascontinentales (Nov 2020)

Ekedy Sinha: memórias e reflexões sobre o ser e o fazer no Candomblé baiano

  • Fernando Batista dos Santos,
  • Gersonice Ekedy Sinha Azevedo Brandão

DOI
https://doi.org/10.25965/trahs.2706
Journal volume & issue
no. 8

Abstract

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Na Bahia, o Candomblé se constitui numa associação sócio-político-religiosa que emergiu como estratégia para que africanos e crioulos não apenas dessem continuidade ao culto de divindades de origem africana, mas como contraponto às políticas coloniais. Assim, dá-se primazia a figuras femininas que dão corpos e vozes às comunidades religiosas, mediante os cargos que lhe são atribuídos quando não diretamente, legitimados pelas divindades. Uma dessas figuras é Gersonice Ekedy Sinha Azevedo Brandão, considerada uma educadora para a comunidade do Ilê Axé Iyá Nassô Oká. Importante para o aprendizado das mulheres que ali se encontram em processo de iniciação, Ekedy Sinha é, também, referência para aquelas que estão em nível hierárquico equivalente ao seu, por apresentar domínio de cânticos, danças e rituais. O objetivo deste artigo é apresentar uma breve autobiografia dessa líder religiosa a partir de suas memórias e reflexões pessoais sobre o ser e o fazer no âmbito do Candomblé. A metodologia aplicada foi a etnografia e resulta de um trabalho de campo que vem ocorrendo desde 2015. Conclui-se que o Candomblé baiano marca uma presença de vanguarda notadamente nas questões de gênero e que nos oferece estratégias e ações que implicam mudança das “formas hegemônicas de poder, ser e conhecer” mencionadas por Maldonado-Torres (2008:66).

Keywords