Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Mar 2025)

PE-007 Desafos no tratamento da Leishmaniose Visceral no Sistema Único de Saúde (SUS): uma análise comparativa das recomendações disponíveis

  • Monica Cristiane Rodrigues,
  • Adriane Lopes Medeiros Simone,
  • Bruna Bento Santos,
  • Stéfani Sousa Borges,
  • Marta Cunha Lobo Souto,
  • Izabella Brito,
  • Nicole Freitas de Mello,
  • Daniela Oliveira de Melo

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2025.v9.s2.p.15
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s.2

Abstract

Read online

Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de acometimento sistêmico e, se não tratada adequadamente, pode ser fatal em até 90% dos casos. Considerada uma doença tropical negligenciada (DTN) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta é que seja eliminada até 2030. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para reduzir a mortalidade da LV. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo comparar as recomendações para tratamento de LV empregadas no Brasil com as propostas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a Região das Américas. Material e Método: realizou-se a leitura do “Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde (MS) do Brasil publicado em 2014 e as “Diretrizes para o tratamento das Leishmanioses nas Américas de 2022” da OPAS, além das notas técnicas do MS relacionadas ao tratamento da doença, com a extração das recomendações para o tratamento farmacológico de LV. As informações foram registradas em uma planilha Excel, permitindo sua comparação. Resultados: O manual do MS apresenta o antimoniato de meglumina como primeira linha de tratamento para crianças e adultos imunocompetentes, além de anfotericina B desoxicolato e lipossomal, sendo esta última reservada a pacientes graves, tratamento e proflaxia secundária de coinfectados HIV/leishmania e alguns casos especiais (>50 anos, 50 anos, <1 ano, insufciência (renal, hepática, cardíaca), alterações no intervalo QT, hipersensibilidade ou falha terapêutica aos antimoniais pentavalentes ou outros, gestantes e lactantes. Não é recomendado o uso dos antimoniais para imunocomprometidos e miltefosina em geral em nenhum documento. Conclusão: Atualmente, a principal lacuna assistencial no SUS é a oferta de anfotericina B lipossomal para o tratamento de todas as pessoas com LV. A avaliação da incorporação da anfotericina B complexo lipídico no SUS também parece oportuna quando o uso da apresentação lipossomal não for possível, essencialmente por grupos específcos. Considerando que a anfotericina lipossomal é subsidiada pela OPAS em aquisições do MS, um desafo para compatibilização das diretrizes nacionais às regionais será a condução de estudos econômicos, mas principalmente o fnanciamento dos medicamentos a nível federal.

Keywords