Revista Brasileira de Oftalmologia ()

Efeito midriático da fenilefrina a 10% na comparação entre a autoinstilação de gota em olhos abertos e a vaporização em olhos fechados

  • Arlindo José Freire Portes,
  • Anna Carolina Silva da Fonseca,
  • Camila Monteiro Ruliere,
  • Luiz Felipe Lobo Ferreira,
  • Nicole Martins de Souza

DOI
https://doi.org/10.5935/0034-7280.20170006
Journal volume & issue
Vol. 76, no. 1
pp. 28 – 32

Abstract

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RESUMO Objetivo: Comparar a eficácia fenilefrina a 10% aplicada pelo próprio paciente por vaporização em olho fechado em relação à instilação de gota em olho aberto em indivíduos que irão realizar exame de fundoscopia e avaliar o nível de dificuldade e a adequação técnica entre os métodos de administração. Métodos: Ensaio clínico controlado, randomizado e pareado realizado em 2014 envolvendo 100 olhos de 50 pacientes na Policlínica Ronaldo Gazolla - RJ, sem doenças oculares ou sistêmicas que comprometiam a dilatação pupilar. Os pacientes foram submetidos à instilação de 1 gota de fenilefrina a 10% e aplicação de vaporizador do mesmo midriático no olho contralateral. O olho em que se instilou o colírio permaneceu aberto, enquanto o olho vaporizado ficou fechado durante as aplicações da medicação. O diâmetro pupilar foi medido antes da aplicação, 10, 20 e 30 minutos após. O processo de instilação ou vaporização foi observado quanto a sua adequação técnica por um dos autores. Após o processo foi perguntado ao paciente questões pré-formuladas sobre a praticidade de ambos os métodos. Resultados: A diferença de midríase média entre os grupos de olhos avaliados em um determinado tempo foi no máximo 0,3 mm , o que não foi clinicamente ou estatisticamente significativo (ANOVA: F = 1,97 e p = 0,163609) . Porém, ao longo do tempo, a diferença entre o diâmetro da pupila no tempo inicial e no tempo de 30 minutos foi 1,15 mm para os olhos vaporizados e 1,58 mm para os olhos instilados com gotas (ANOVA: F = 129,22 e p ≤ 0,0001). Percentual de 60% dos pacientes tocaram a ponta do frasco de colírio nos olhos, enquanto que 12% tocaram o orifício na ponta do vaporizador com os dedos (p < 0,000001). Setenta de dois por cento (72%) consideraram a instilação de gotas fácil ou muito fácil enquanto 62% consideraram a vaporização em olho fechado fácil ou muito fácil (p = 0,238). Conclusão: A instilação de gotas em olhos abertos e a vaporização de olhos fechados da fenilefrina a 10% apresentou eficácia clínica semelhante. A vaporização foi mais segura e apresentou nível de dificuldade um pouco maior do que a instilação, apesar dos pacientes serem experientes para instilar gotas e inexperientes para vaporizar a medicação em olho fechado.

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