Mana ()
CAMINHOS DE SOPRO: DISCURSO XAMÂNICO E PERCURSOS FLORESTAIS DOS HUPD’ÄH
Abstract
Resumo Vagarosamente, as pegadas dos viajantes Hupd’äh deixam a aldeia e seguem pelos caminhos de mata. Tateiam o solo úmido da floresta amazônica pisando e repisando percursos ancestrais. Devidamente protegidos pela ação xamânica dos anciões, os jovens caminhantes seguem seus mentores, observam plantas, paisagens, rastros e ouvem encantamentos xamânicos. Partindo da análise comparativa entre, de um lado, viagens para lugares sagrados (morros e cavernas) e, de outro, a viagem do xamã no “benzimento dos caminhos” para proteger os viajantes, busca-se evidenciar as relações entre a palavra xamânica, os caminhos vividos e os modos de mobilidade hup. Descrevendo em paralelo os aspectos de mobilidade das exegeses de encantamentos e os elementos xamânicos revelados pelas paisagens florestais, o artigo pretende mostrar a importância dos caminhos e dos lugares sagrados Hupd’äh para o chamado sistema multiétnico de geografias xamânicas do Alto Rio Negro. Em que medida, através da mobilidade dos xamãs pelas palavras e da mobilidade dos viajantes por seus passos, os Hupd’äh, povo do Alto Rio Negro-AM, descrevem seus percursos de observação e ação ao longo do mundo?
Keywords