Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Jul 2024)

Torsemida em Comparação com Furosemida no Tratamento da Insuficiência Cardíaca: Uma Revisão Sistemática e Metanálise de Ensaios Clínicos Randomizados

  • Larissa Teixeira,
  • Nicole Felix,
  • Denilsa D. P. Navalha,
  • Rafael Ferreira,
  • Mariana R.C. Clemente,
  • Thiago Madeira,
  • Alleh Nogueira,
  • Lucas Tramujas

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20230825
Journal volume & issue
Vol. 121, no. 6

Abstract

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Resumo A furosemida é o diurético mais utilizado para o tratamento de sintomas de sobrecarga de volume em pacientes com insuficiência cardíaca. Dados recentes sugerem que a torsemida pode ser superior à furosemida neste contexto. No entanto, ainda não é claro se isso se traduz em melhores resultados clínicos nesta população. Avaliar se a torsemida é superior à furosemida no contexto da insuficiência cardíaca. Realizamos uma revisão sistemática e metanálise de estudos clínicos randomizados (ECRs) comparando a eficácia da torsemida em comparação com a furosemida em pacientes com insuficiência cardíaca. PubMed, Embase e Web of Science foram as bases de dados pesquisadas em busca de estudos elegíveis. Os desfechos de interesse foram internações por todas as causas, internações por insuficiência cardíaca (IIC), internações por todas as causas cardiovasculares, mortalidade por todas as causas, e melhoria de classe da NYHA. Parâmetros ecocardiográficos também foram avaliados. Foi aplicado um modelo de efeitos aleatórios para calcular as razões de risco (RR) e as diferenças médias (DM) com intervalos de confiança (IC) de 95% e nível de significância de 0,05. Foram incluídos 12 ECRs, envolvendo 4.115 pacientes. A torsemida reduziu significativamente a IIC (RR de 0,60; IC de 95%, 0,43-0,83; p=0,002; I2=0%), internação por causas cardiovasculares (RR de 0,72; IC de 95%, 0,60-0,88; p=0,0009; I2=0%), e melhora da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) (DM de 4,51%; IC de 95%, 2,94 a 6,07; p<0,0001; I2=0%) em comparação com a furosemida. Não houve diferença significativa no número de internações por todas as causas (RR de 0,93; IC de 95%, 0,86-1,00; p=0,04; I2=0%), mortalidade por todas as causas (RR de 0,98; IC de 95%, 0,87-1,10; p=0,73; I2=0%), melhora da classe NYHA (RR de 1,25; IC de 95%, 0,92-1,68; p=0,15; I2=0%), ou mudança de classe NYHA (DM de -0,04; IC de 95%, -0,24 a 0,16; p=0,70; I2=15%) entre os grupos. A torsemida reduziu significativamente as internações por insuficiência cardíaca e causas cardiovasculares, melhorando também a FEVE.

Keywords