Revista Tempos e Espaços em Educação (Jan 2018)

DO CINEMA DE VANGUARDA AO VIDEOCLIPE DOS RACIONAIS MC’S: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DE VILÉM FLUSSER, WALTER BENJAMIN E T.W. ADORNO

  • Mônica Guimarães Teixeira do Amaral,
  • Cristiane Correia Dias,
  • Daniel Bidia Olmedo Tejera

DOI
https://doi.org/10.20952/revtee.v11i24.7643
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 24
pp. 111 – 126

Abstract

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Vilém Flusser (1985,1987) anuncia a falência do universo da escrita, dado o predomínio da tecnoimagem na era pós-histórica, que pode conduzir a um estado de irreflexão e de desumanização do Homem em contraposição à estética do jogo. Estas contradições e ambiguidades apontadas por Flusser remetem-nos ao debate entre Adorno e Benjamin sobre a função da arte na era da reprodutibilidade técnica nos anos 1930, que é retomado por Adorno nos anos 1960, em que este admite que o filme possa conter algo de liberador. Inspirados nesse debate, analisaremos como o choc póstumo propiciado pela fotografia e pelo cinema de vanguarda (Benjamin, 1936) e hoje, pelos videoclipes, emergem como “reposição objetivadora de uma experiência” (Adorno, 1967). E, ainda, como os cenários de declínio da escrita e de emergência das tecnoimagens, ressaltados por Flusser, apontam para a atualidade da ideia de “reversão dialética” para se pensar a “liberdade de se jogar contra o aparelho”, por meio da estética do hip-hop.