Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia (Jul 2022)

A Calábria grega: expansão territorial da pólis de Lócris. Apontamentos preliminares

  • Maria Beatriz Borba Florenzano

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2022.186665
Journal volume & issue
Vol. 38

Abstract

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O Ocidente mediterrânico, a partir do século VIII a.C., passou a receber levas de migrantes gregos dispostos a ali se instalarem permanentemente. Levados pela falta de terras agriculturáveis, por problemas políticos em seus locais de origem ou, ainda, pela busca de um modo de vida ligado à atividade comercial, esses grupos, por força, tiveram que estabelecer relações com os habitantes das localidades do Ocidente. Fundando assentamentos de vários tipos – uns mais permanentes, outros mais temporários –, os gregos tornaram-se parceiros de sicânios, sículos, samnitas, fenícios, enótrios e assim por diante em relações muitas vezes de agressão, mas em outras de convívio pacífico, de acomodação, de negociação. Nesse contexto, uma leva de migrantes da Lócrida da Grécia Balcânica chegou ao extremo sul da Península Itálica, pelo lado do mar Jônio, e fundaram uma nova Lócris no século VII a.C.: Lócris Epizefiri. Ao depararem-se com uma faixa costeira muito estreita, esses lócrios logo se aventuraram pelas montanhas do Aspromonte em direção ao mar Tirreno: ali encontraram uma planície muito fértil, onde fundaram dois novos assentamentos: Medma e Hipónio. Neste artigo, procuraremos mostrar o que a Arqueologia revela sobre como essas novas pólis na planície tirrênica de Gioia Tauro se constituíram, ampliando a área de influência de Lócris.

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