Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Sep 2008)
Terapia nutricional enteral associada à pré, pró e simbióticos e colonização do trato gastrintestinal e vias aéreas inferiores de pacientes ventilados mecanicamente Enteral nutritional therapy with pre, pro and symbiotic and gastrointestinal tract and inferior airway colonization in mechanically ventilated patients
Abstract
OBJETIVOS: A sepse é a principal causa de morte nas unidades de terapia intensiva. Recentemente, têm sido pesquisadas novas formas de prevenção e tratamento de infecção nosocomial, tais como o uso de pré e pró e simbióticos, devido as suas propriedades imunomoduladoras. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administração de pré, pro e simbióticos sobre a colonização de trato gastrintestinal e vias aéreas inferiores e sobre a incidência de infecções nosocomiais, particularmente pneumonia associada à ventilação mecânica. MÉTODOS: Pacientes em ventilação mecânica, internados na unidade de terapia intensiva do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho entre novembro de 2004 e agosto de 2006, foram aleatorizados em quatro grupos: controle (n = 16), prebiótico (n = 10), probiótico (n = 12) e simbiótico (n = 11). O tratamento foi administrado por 14 dias. Foram avaliados: a) colonização do trato gastrintestinal e traquéia; b) incidência de infecções nosocomiais, principalmente pneumonia associada a ventilação mecânica; c) tempo de terapia antibiótica, ventilação mecânica, internação e letalidade na terapia intensiva e hospitalar; d) incidência de disfunções orgânicas. RESULTADOS: Foram avaliados 49 pacientes. A letalidade na terapia intensiva foi de 34%, intra-hospitalar de 53% e a mediana do APACHE II de 20 (13 - 25). Os grupos foram comparáveis na admissão. Houve aumento não significativo da proporção de enterobactérias em relação à de não fermentadores no sétimo dia na secreção traqueal nos grupos pré e probiótico e diminuição não-significativa do número de amostras no estômago nos grupos pré, pró e simbiótico no sétimo dia. Não houve diferença na incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica, infecção nosocomial ou nos demais parâmetros. CONCLUSÕES: O uso de pré, pró e simbióticos não foi eficaz na prevenção de infecções nosocomiais, porém houve uma tendência de redução da colonização da secreção traqueal por bactérias não fermentadoras.OBJECTIVES: Sepsis is the main cause of death in the intensive care unit. New preventive measures for nosocomial infections have been researched, such as pre, pro and symbiotic usage, due to its immunoregulatory properties. The objective was to evaluate the effect of administration of pre, pro and symbiotic on gastrointestinal and inferior airway colonization and on nosocomial infections, particularly ventilator-associated pneumonia. METHODS: Patients who were admitted to the intensive care unit at Hospital Universitário Clementino Fraga Filho between November 2004 and September 2006 and mechanically ventilated were randomized in one of four groups: control (n = 16), prebiotic (n = 10), probiotic (n = 12) or symbiotic (n = 11). Treatment was administered for fourteen days. Outcomes measured were: a) Colonization of the gastrointestinal tract and trachea; b) incidence of nosocomial infections, particularly ventilator associated pneumonia; c) duration of mechanical ventilation, length of stay in the intensive care unit, duration of hospitalization, mortality rates, and d) development of organ dysfunction. RESULTS: Forty-nine patients were evaluated. intensive care unit's mortality was 34% and in-hospital mortality was 53%, APACHE II median was 20 (13 -25). The groups were matched at admission. There was no difference between the groups in relation to the incidence of ventilator associated pneumonia or nosocomial infection. There was a non-significant increase in the proportion of enterobacteria in the trachea at the seventh day in the pre and probiotic groups compared to control. There was a non-significant decrease in the number of bacteria found in the stomach in the pre, pro and symbiotic group at day 7. No significant difference, in regards to the remaining measured parameters, could be found. CONCLUSIONS: Probiotic therapy was not efficient in the prevention of nosocomial infection but there was a tendency to reduction in tracheal colonization by non-fermenting bacteria.
Keywords