e-Hum: Revista das Áreas de Humanidade do Centro Universitário de Belo Horizonte (Dec 2010)

Tensões e disputas: os professores e os livros escolares no século XIX

  • Daniel Cavalcanti de Albuquerque Lemos

Journal volume & issue
Vol. 3, no. 2
pp. 15 – 28

Abstract

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eoi/doi Deposit-Electronic Object Identifier http://eoi.citefactor.org/10.11248/ehum.v3i2.422 RESUMO: Este artigo apresenta um estudo sobre os processos e trajetórias dos livros escolares, em meados do século XIX, nas escolas da Corte, procurando por meio da análise deste percurso, compreender as tensões e disputas sobre as escolhas dos livros e a participação dos professores públicos primários. Procuro analisar as condições de aparecimento e de permanência do livro na ordem escolar no Brasil, me detendo no exame das regras que presidiam o seu funcionamento de modo a refletir, na perspectiva da história, acerca das ações de escolarização e da emergência do livro escolar, que indo além dos regulamentos e premissas do Estado, contou com a intervenção de professores, nesse caso, participando, propondo e, queixando-se acerca de tais objetos. Assim sendo, almejo analisar a trajetória de adoção do livro escolar, segundo os pressupostos oficiais, recuperando também as intervenções dos professores em um processo entre as práticas e as tensões. Para o desenvolvimento de tal proposta, utilizo como fontes à lei de 1854 que regeu a instrução primária e secundária do Município da Corte e que regulamentou a utilização dos livros nas escolas no período estudado, de 1854 a 1877, as atas da Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária da Corte, a correspondência entre professores e o conselho diretor da Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária da Corte, e a versão impressa do Manifesto dos Professores publicada em 1871 pela Typografia J. Villeneuve& Cia e, trechos deste mesmo documento encontrados no jornal pedagógico “A Verdadeira Instrucção Publica” do ano de 1872, de circulação na Corte e na província do Rio de Janeiro. PALAVRAS-CHAVE: Livros escolares; educação no século XIX; instrução primária. ABSTRACT: This article presents a study of the processes and trajectories of textbooks in the mid-nineteenth century, the schools of the Court, looking through the analysis of this journey, to understand the tensions and disputes over the choice of books and the participation of public primary teachers. I analyze the emergence of conditions and book stay in school order in Brazil, holding me in the examination of the rules presiding over its operation to reflect, in the perspective of history, about the schooling of shares and the emergence of the textbook, that going beyond regulations and state premises, had the intervention of teachers, in this case, participating, proposing and, complaining about such objects. Therefore, I long to analyze the trajectory of adoption of school books, according to official assumptions, also recovering the activities of the teachers in a process between the practices and tensions. For the development of such a proposal, I use as sources the law that governed the 1854 primary and secondary education Court Municipality and regulated the use of books in schools during the study period, from 1854 to 1877, the minutes of the General Inspectorate of Education Primary and Secondary of the Court, the correspondence between teachers and the board of the General Inspection of Primary and Secondary Education of the Court, and the printed version of the Teacher's Manifesto published in 1871 by Typografia J. Villeneuve & Co., and this same document excerpts found in the pedagogical newspaper "True public instruction" in the year 1872, movement in the Court and the province of Rio de Janeiro. KEYWORDS: school books; education in the nineteenth century; primary education. Recebido:05/12/2010 Aceito: 23/12/2010

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