Jornal de Pediatria (Dec 2010)

Prevalência de parasitoses intestinais em crianças do Parque Indígena do Xingu

  • Mario Luis Escobar-Pardo,
  • Anita Paula Ortiz de Godoy,
  • Rodrigo Strehl Machado,
  • Douglas Rodrigues,
  • Ulysses Fagundes Neto,
  • Elisabete Kawakami

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572010000600008
Journal volume & issue
Vol. 86, no. 6
pp. 493 – 496

Abstract

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OBJETIVO: Avaliar a prevalência da parasitose intestinal em crianças indígenas de 2 a 9 anos. MÉTODOS: Para a realização do exame protoparasitológico, foram convidadas todas as crianças de 2 a 9 anos, de seis aldeias localizadas no Médio e Baixo Xingu: Pavuru, Moygu, Tuiararé, Diauarum, Capivara e Ngojwere. Para a conservação das amostras de fezes, foi utilizado o kit coletor Paratest® (Diagnostek, Brasil). As amostras foram transportadas para São Paulo. A pesquisa de helmintos e protozoários foi feita através do método de Hoffman, com posterior pesquisa de ovos e cistos por microscopia óptica. Foram feitas duas coletas com intervalo de 1 ano. RESULTADOS: Não houve diferença significativa entre as idades médias das crianças provenientes das seis aldeias. Resultaram positivas para a presença de parasitas, 97,5% (198/202) e 96,1% (98/102) na primeira e segunda coletas, respectivamente, sem associação estatística entre a idade. Realizaram o exame parasitológico de fezes nos 2 anos, 89/102 (87,3%). Após 1 ano, não houve diferença na proporção de pacientes infestados por protozoários (93,3% em 2007 contra 93,3% em 2008, McNemar = 0,01, p = 0, 1) ou por helmintos (37,1% em 2007 contra 38,2% em 2008, McNemar = 0,03, p = 0,85). Houve diferença significativa quanto à prevalência de Entamoeba coli em 2007 (43,8%) e 2008 (61,8%) (McNemar's Chi 6,1; p = 0,0135). Não houve diferenças significativas quanto aos outros parasitas após comparação dos dois resultados. CONCLUSÃO: A alta prevalência de parasitose intestinal foi compatível com o alto índice de contaminação ambiental dessa comunidade.

Keywords