Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Descarte de medicamentos vencidos numa instituição de longa permanência para idosos: um relato de experiência

  • Lina Valéria dos Santos Souza,
  • Iuri Gomes de Oliveira,
  • Isabela de Jesus Mascarenhas,
  • Bruno Rodrigues Alencar,
  • Tatiane de Oliveira Silva Alencar,
  • Gizelly Braga Pires

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.57
Journal volume & issue
Vol. 4, no. s.1

Abstract

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Introdução: As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), de origem ligada aos asilos, constituem hoje uma das principais alternativas de cuidados não familiares existentes, sejam elas públicas ou privadas. Dentre as atividades desenvolvidas nas ILPI está o gerenciamento da farmacoterapia dos idosos e da farmácia da instituição, considerando que o uso de medicamentos por idosos é uma prática comumente evidenciada. Tais medicamentos devem ser adquiridos por meio de programação adequada e acondicionados devidamente para que se evite sobras e perdas por expiração do prazo de validade ou por deterioração dos mesmos. Estas ações podem diminuir a necessidade do descarte de medicamentos e isto é importante visto que o descarte inadequado é um problema sanitário, econômico e político com graves riscos à saúde pública. Objetivo: relatar as experiências de atividades extensionistas, realizadas numa ILPI, sobre descarte de medicamentos. Métodos: Tratam-se de atividades extensionistas realizadas por meio do Programa de Promoção do Uso Racional de Medicamentos na Atenção Básica no município de Feira de Santana em uma ILPI localizada no município, com a realização de atividades de gerenciamento de estoque de medicamentos e coleta de medicamentos vencidos, entre julho de 2018 e maio de 2019. Resultados: o estoque de medicamentos e insumos da ILPI foi inspecionado em dois momentos, os medicamentos foram sinalizados de acordo com o prazo de validade a fim de facilitar o trabalho dos cuidados dos idosos e evitar as perdas . Na primeira inspeção, seguida da coleta dos medicamentos vencidos, obteve-se 3.273g de medicamentos sólidos vencidos, sendo 1.950 psicotrópicos, 976 antimicrobianos, 164 do programa hiperdia, 183 que pertencem a outras variadas classes terapêuticas, por fim, foi recolhido de 731 gramas de medicamentos semissólidos e líquidos vencidos. No segundo momento, foi contabilizado o total de 818g de medicamentos sólidos, dentre eles, 113 do programa de hiperdia, 283 antimicrobianos, 422 de outras classes terapêuticas e ainda 1256g de medicamentos semissólidos e líquidos vencidos. Pode-se identificar, então, que dentre os medicamentos sólidos mais coletadas no primeiro e segundo momento, foram para tratamento de saúde mental e semissólidos e antimicrobianos, respectivamente. Conclusão: Diante disso, fica evidente o grande volume de medicamentos vencidos na ILPI tanto sólidos quanto semissólidos e líquidos; estes últimos são formas farmacêuticas de considerável instabilidade e, portanto, devem ser acondicionadas com cautela. A coordenação e equipe da ILPI foram informadas sobre a correta armazenagem e a importância da gestão de estoque. Os medicamentos vencidos identificados nos dois momentos foram descartados em pontos de coleta distribuídos no município, para posterior tratamento e destinação final adequados.