Urbana: Revista Eletrônica do Centro Interdisciplinar de Estudos da Cidade (Apr 2013)

A ordem sagrada da república colonial

  • Rodrigo Almeida Bastos

DOI
https://doi.org/10.20396/urbana.v1i1.8635113
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 1

Abstract

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Em 30 de maio de 1730, foi registrada uma “promessa” feita pelos oficiais da Câmara de Vila Rica a respeito da “fatura” da “nova” Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar. A Mesa da Irmandade do Santíssimo Sacramento suplicava auxílio para erguer com mais “segurança” e “capacidade” uma “nova igreja matriz”, e o faziam porque a igreja que existia, relatavam, estava “pequena e arruinada, com termos de cair”. Às irmandades do Santíssimo Sacramento geralmente tocavam as igrejas matrizes, representantes que eram do mais importante sacramento da Igreja católica, a Santa Eucaristia, pelo qual os fiéis participam do corpo e do sangue de Jesus Cristo, como reafirmação de sua integração espiritual ao “corpo místico” do próprio Cristo e da Santa Igreja. Requeriam os irmãos do Santíssimo, com o consentimento uniforme de todos os“freguezes” e das “autoridades” do “prelado” e do “pároco”, que Vila Rica se “aumentava” muito, como “cabeça” das outras povoações, e que portanto era preciso erigir outra igreja “mais durável” e “grande” para se acomodar tudo com maior “capacidade” e “segurança”. E argumentavam que “tudo” se deveria fazer e “aperfeiçoar” em proveito de interesses comuns – “régio, público e particular” – para os quais concorriam especialmente os “templos”, tratados no documento como o “mais firme e fixo fundamento, como colunas que são das Res publicas pias e cristãs, e almas delas”.

Keywords