Revista Brasileira de Ciências Ambientais (Dec 2010)
Governança para o desenvolvimento territorial sustentável
Abstract
Abordar o desenvolvimento numa perspectiva ecocêntrica permanece um dos grandes desafios do século XXI. Tornar a dimensão técnica da vida humana, algo que não seja um fim em si perfaz um dilema ético que vem nos determinando e que se expressa em parte significativa da agenda acadêmica e administrativa sobre governança pública e sustentabilidade. A proeminência do funcionalismo tecnicista racionalmente justificado ainda é constatada, mesmo quando o propósito maior é a boa governança no complexo contexto da superação dos parâmetros incapazes de sustentar a vida no planeta. Assim vamos discutindo a democracia e a eficiência na alocação de recursos. Assim democrática e eficientemente tornamos nossa existência um desafio planetário. Neste artigo as ideias de sustentabilidade política e administrativa são tomadas como referenciais que determinam os processos de pactuação em favor das escolhas que redundam em políticas, deliberadas ou emergentes, impactantes na vida associada, que determinam o que denominamos por desenvolvimento. Toma-se como hipótese o fato de que as escolhas políticas determinam este e devem ser consideradas como instâncias políticas e administrativas que o promovem cuja sustentabilidade pode também ser observada. A rigor a sustentabilidade do desenvolvimento formase também a partir dos processos de agendamento e suas arenas. Conclui-se que, diferenciar sustentação e sustentabilidade por princípios ecocêntricos é a um raciocínio ainda incipiente nas "ciências administrativas".