Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

O PAPEL VITAL DOS CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCO-HEMATOLOGIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • AG Esmeraldo,
  • GHO Trévia,
  • GWC Linhares,
  • IS Sousa,
  • KSF Araujo,
  • MF Azevedo,
  • RGM Araújo,
  • RE Romero-Filho,
  • RF Pinheiro-Filho,
  • TP Cavalcante

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S966

Abstract

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Objetivos: Objetiva-se, mediante revisão literária, discorrer sobre a relevância do paliativismo em um contexto de neoplasias hematológicas graves, destacando o seu potencial benéfico para a qualidade de vida de pacientes em fase terminal. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura realizada pela análise de estudos publicados entre os anos de 2019 e 2023, escritos na língua inglesa, obtidos por meio da base de dados Pubmed. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com o Sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e são respectivamente “Palliative Care”, “Hematology” e “Inpatients”. Resultados: Os cuidados paliativos são de suma importância para um melhor prognóstico, visando o bem-estar do indivíduo, assim como a priorização da qualidade de vida deste no decorrer da doença e, principalmente, em seu estágio terminal. Nos pacientes onco-hematológicos, essa abordagem multidisciplinar tem como escopo diminuir os impactos da alta carga sintomática que tais enfermos sofrem. Entretanto, constatou-se que determinado grupo possui as maiores taxas de tratamentos severos na fase terminal. Destacaram-se melanoma, linfoma não Hodgkin e leucemia linfoide aguda como as neoplasias mais tratadas com quimioterapia e outras terapêuticas agressivas no último estágio da doença. Outrossim, dados demonstram que não há uma relação entre a permanência dos cuidados tradicionais e uma maior taxa de sobrevida de pacientes em fase terminal. Diferentemente do paliativismo, o qual demonstrou melhorar o prognóstico de enfermos, por meio da redução da carga sintomática e do sofrimento psicológico. Consequentemente, permite-se que o indivíduo aproveite de sua qualidade de vida em meio à experiência do adoecimento. Discussão: O tratamento em pacientes com prognóstico desfavorável em doenças onco-hematológicas possui como objetivo ampliar a sobrevida e preservar a qualidade de vida desses indivíduos. Os cuidados paliativos emergem, então, como primeira linha, uma vez que reduzem as repercussões de tratamentos invasivos e contribuem para a preservação da saúde mental, aprimorando o bem-estar em fim de vida. No entanto, muitos enfermos e seus familiares optam por quimioterapia e outros tratamentos agressivos por um longo período, pois desconhecem o real prognóstico da doença. Isso se intensifica nos pacientes onco-hematológicos, uma vez que há, muitas vezes, evolução imprevisível da doença. Dessa forma, são mais propensos a aceitarem toxicidade em fase terminal, mesmo que isto não lhes proporcione um melhor prognóstico. Esse cenário é preocupante, considerando as dificuldades que os pacientes enfrentam, como sintomas físicos pronunciados, além do sofrimento psíquico, agravado pela ausência de suporte terapêutico adequado. Logo, nota-se a urgência de melhorias estruturais e organizacionais para integrar os cuidados paliativos na “oncologia convencional”. Conclusão: Conclui-se que, atualmente, pacientes com cânceres hematológicos não comumente conhecem ou aceitam opções paliativistas para suas condições, o que acarreta em uma piora da qualidade de vida em estágios mais avançados da doença. É necessário que os pacientes sejam amplamente informados de suas condições e que recebam instrução do que é ou não recomendado por pesquisas atuais de acordo com seus prognósticos, o que pode significar tratamentos menos agressivos e mais focados no alívio de seus sintomas.