Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

ADESÃO À HIGIENE DAS MÃOS ENTRE DIFERENTES CATEGORIAS PROFISSIONAIS NUMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA CIRÚRGICA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA BAHIA

  • Carla Tatiane Oliveira Silva,
  • Gilmara de Souza Sampaio,
  • Tiago Pereira de Souza,
  • Flavia Tosta Mello,
  • Yasmine Costa Laranjeiras Borges,
  • Cléa Garcia Cerdeira de Ataide

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103326

Abstract

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Introdução: As infecções relacionadas à assistência à saúde são eventos adversos com importante morbimortalidade em ambiente hospitalar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a higiene das mãos como a medida mais eficaz, simples e menos dispendiosa para prevenção desses eventos indesejados. Assim, é importante monitorar a adesão dos profissionais de saúde à higiene das mãos e assim identificar e gerenciar potencialidades ou eventuais problemas que comprometam a segurança do paciente. Objetivos: Conhecer o percentual de adesão à higienização das mãos entre as diferentes categorias profissionais de uma Unidade de Terapia Intensiva cirúrgica de um Hospital Universitário. Métodos: Estudo realizado numa unidade de terapia intensiva com perfil cirúrgico de um Hospital Universitário em Salvador, Bahia. Os dados foram coletados in loco pela equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da instituição, de abril a dezembro de 2022, com a técnica de observação direta, durante 30 minutos/dia, nos períodos matutino e vespertino. Essa observação foi guiada por um checklist contendo: data, horário, categoria profissional observada, qual o momento da higiene das mãos preconizado pela OMS, e qual a ação adotada pelo profissional (higienizar as mãos ou não). Os dados foram tabulados em planilha Excel versão 10 e calculou-se o indicador de adesão à higiene das mãos tendo como numerador o número de vezes em que as mãos foram higienizadas, e como denominador o total de observações (oportunidades) em que a higienização estava indicada. Resultados: Foram observadas 510 oportunidades de higienização das mãos, com adesão global de 52,4% (267/510). Os enfermeiros apresentaram a maior adesão 62,8% (98/156), seguido dos fisioterapeutas 54,7% (35/64), residentes 57,1% (20/35) e técnicos de enfermagem 46,3% (81/175). A menor adesão registrada foi entre os médicos 38,2% (26/68). Outras categorias profissionais menos observadas (nutricionistas, técnicos do laboratório, assistentes sociais, psicólogos) tiveram adesão de 58,8% (07/12). Conclusões: Houve baixa adesão à higiene das mãos, visto que os profissionais só executaram essa ação em pouco mais da metade das oportunidades que tiveram. Conhecer o percentual de adesão em cada categoria distinta permite a elaboração de estratégias específicas e personalizadas voltadas a impulsionar a higiene das mãos e prevenção das infecções relacionadas à assistência à saúde por diferentes profissionais.

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