Mundo Amazónico (Feb 2021)

Sociobiodiversidade e conservação na Amazônia: o caso da feira livre de Abaetetuba, Pará, Brasil

  • Thyago Gonçalves Miranda,
  • Ana Cláudia Caldeira Tavares Martins

DOI
https://doi.org/10.15446/ma.v12n1.86396
Journal volume & issue
Vol. 12, no. 1
pp. 235 – 261

Abstract

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O trabalho objetivou identificar os recursos vegetais presentes na feira livre de Abaetetuba-PA, analisando a pressão de uso das espécies amazônicas mais comercializadas fornecendo indicações para prioridades de conservação. O estudo foi realizado na feira livre de Abaetetuba, onde 51 feirantes foram entrevistados por meio de formulários semiestruturados. As espécies da CEASA, das várzeas e da terra firme foram identificadas por meio de fotografias, aquelas que não se obteve confirmação taxonômica foram coletadas. Utilizou-se o Índice de Saliência (IS) para indicação das espécies mais comercializadas, a Pressão de Uso (PU) para verificar a pressão sobre as espécies mais comercializadas e o Índice de Sensibilidade à Extração (ISbE) para averiguar uma possível ameaça para as populações a nível local. A feira apresentou predominância de feirantes do gênero masculino (62,7%), aqueles com fundamental incompleto foram maioria (39,2%). Foram registradas 72 espécies de plantas, distribuídas em 58 gêneros e 35 famílias, destacando-se Solanaceae com 17,1% (n=6), Cucurbitaceae com 17,1% (n=6), Arecaceae com 17,1% (n=6) Fabaceae com 11,4% (n=4) e Rutaceae 11,4% (n=4). As espécies foram distribuídas nas categorias: alimentícia, medicinal, ornamental e mística. Três espécies se destacaram pelos índices, pau de verônica (Dalbergia monetaria L. f.) com IS=0,033; PU=6; ISbE=51%. Jucá (Libidibia ferrea (Mart. exTul.) L. P. Queiroz) com IS= 0,015; PU=7; ISbE=33% e buçu (Manicaria saccifera Gaertn.) com IS=0,016; PU=6; ISbE= 66%. Com isso, percebe-se que a comercialização dessas espécies pode estar afetando a manutenção de suas populações e ameaçando suas existências a nível local.

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