Revista Criação & Crítica (Oct 2011)

Finda a língua, fim da linha

  • Paulo Sérgio de Souza Jr.

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v4i7p35-44
Journal volume & issue
no. 7

Abstract

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A obra de Vladímir Maiakóvski, entremeada de grandezas e engrandecida ao longo das décadas por seu poder de comoção social, apresenta um ponto-cego que, acreditamos, não pode ser deixado de lado — embora tenha sido em grande parte ignorado, em prol da imagem de força e bravura que interessaram, sobretudo, ao Regime. Assim, palavras como ‘futuro’ e ‘quotidiano’ — que, em sua obra, têm a força de conceitos —, quando levadas a sério, permitem que depreendamos a forte e ambígua relação do poeta com a necessidade de rompimento com a tradição, da qual, para ele, dependiam tanto a política quanto o amor, além da própria poesia. Trabalhar com essa dimensão de sua obra é procurar, atrás do mito criado por um governo, a dimensão de uma escrita que se ateve à tentativa de fugir da mera repetição do passado, encontrando nessa busca os seus limites.

Keywords