Revista Brasileira de Educação Médica (Feb 2020)

Análise do Internato em Medicina da Família e Comunidade de uma Universidade Pública de Fortaleza-CE na Perspectiva do Discente

  • Ivana Cristina Vieira de Lima,
  • Beatriz Yumi Rodrigues Shibuya,
  • Maria das Graças Barbosa Peixoto,
  • Leilson Lira de Lima,
  • Paulo Sávio Fontenele Magalhães

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.1-20190211
Journal volume & issue
Vol. 44, no. 1

Abstract

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Resumo: Introdução: A atuação do médico de família e comunidade exige um domínio amplo de conhecimentos, habilidades e atitudes para enfrentar a complexidade dos pacientes, da família e da comunidade, com vistas a agir para além da dimensão curativa. Nesse contexto, o internato consiste em uma experiência fundamental para promover a articulação teórico-prática da formação médica. Objetivou-se analisar o internato em Medicina de Família e Comunidade (MFC) de uma universidade pública de Fortaleza-CE, na perspectiva do discente. Métodos: Realizou-se estudo transversal, descritivo, quanti-qualitativo, em agosto e setembro de 2018 com 30 acadêmicos do curso de Medicina do 12º semestre. A coleta de dados foi conduzida por meio de um questionário on-line que avaliou a percepção do acadêmico sobre a preceptoria, a aprendizagem, as aulas teóricas, a estrutura física das unidades, a satisfação geral com o internato e a relação com outros profissionais. Realizaram-se análise descritiva dos dados quantitativos e a análise de conteúdo do tipo temática. Resultados: A maioria dos acadêmicos era do sexo masculino (65,5%) e estava na faixa etária de 22 a 24 anos (55,1%). A satisfação geral com o internato foi considerada como boa (60%) e as aulas teóricas também (63,3%). O aprendizado foi avaliado como bom quanto à: relação médico-paciente e habilidades de comunicação (46,7%); habilidade de registro em prontuário (33,3%); habilidade para realizar atividades coletivas com usuários e equipe multiprofissional (43%). Um total de 73% considerou que o internato contribuiu para a futura atuação profissional na atenção básica. Os aspectos positivos do internato foram: preceptoria; aprendizado acerca da relação médico-paciente; autonomia do discente na condução dos casos; carga horária para estudos; aproximação com a realidade da comunidade; inserção na rotina da unidade; diversidade na aprendizagem; e formação teórico-prática. Por sua vez, destacaram-se como aspectos negativos: infraestrutura da unidade básica de saúde; aprendizagem acerca de ações coletivas e interdisciplinaridade; realização de atividades essenciais; prática baseada em evidências; e preceptoria. Conclusão: De forma geral, o internato em MFC foi bem avaliado pelos discentes, principalmente quanto à preceptoria, ao aprendizado em habilidades clínicas e à contribuição para sua formação médica em uma futura atuação na atenção primária. São necessárias novas pesquisas avaliativas que envolvam a percepção dos preceptores e dos demais profissionais da equipe de saúde, com inclusão da análise da dimensão formativa.

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