Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

INTERNAMENTO PELA DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL EM PERNAMBUCO, 2018 A 2022

  • WES Melo,
  • KSC Barros,
  • RG Vasconcelos,
  • GM Cavalcante,
  • ICA Siqueira

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S80 – S81

Abstract

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Introdução: A doença hemolítica perinatal (DHPN) é uma anemia hemolítica, resultante da incompatibilidade sanguínea entre uma mãe Rh D negativa e um feto Rh D positivo. Após o contato da mãe com as hemácias do feto por diversos fatores, pode ocorrer a ativação do sistema imunológico materno, desencadeando a produção de anticorpos contra as hemácias fetais. Objetivo: Descrever os casos da Doença Hemolítica do Feto e do Recém-nascido em Pernambuco no período de 2018 a 2022. Método: Estudo descritivo, a partir de dados secundários fornecidos nas bases de dados do sistema de informações hospitalares do SUS (SIH/SUS), tabulados através do programa Tabwin e processados pelo programa Excel. Resultados: Registraram-se 439 internações no SIH-SUS no período, a maioria na I Gerência Regional de Saúde, em Recife-PE; destes, 221 eram do sexo masculino, raça/cor com predomínio em pessoas pardas com 186 casos. Vale ressaltar que em 223 casos não foi preenchida a informação de raça/cor, fato que pode prejudicar a análise desse item. A média de permanência foi de 3,9 dias, com custo médio de R$ 330,61 cada internamento e valor total de 145.135,36. Discussão: Pernambuco figura como o 9ºestado do Brasil em internamentos por DHPN (São Paulo e Bahia lideram). Não ocorreram registros de óbitos pela afecção no período analisado em Pernambuco, no entanto, o Brasil registrou 56 óbitos, sendo São Paulo o estado líder nesse desfecho. Em relação à série histórica, o país registrou diminuição de internamentos desde 2019. A classificação sanguínea e pesquisa de anticorpos irregulares é preconizada na rotina pré-natal no Brasil e, se realizadas de maneira correta e para todas as gestantes, podem prevenir a ocorrência da DHPN. Aliado a isso, Baiochi e Nardozza (2009) afirmam que são avanços as melhorias nos materiais e na qualidade do sangue transfundido, que, em conjunto, têm elevado a sobrevivência de fetos acometidos. Os autores afirmam também que a correta aplicação da profilaxia com uso do anti-D é resolutiva e com potencial para reduzir os casos de aloimunização. Conclusão: O correto seguimento dos protocolos de exames de pré-natal, aliados ao atendimento e reconhecimento da DHPN nas maternidades ou serviços de parto auxiliam a prevenção e manejo da afecção. A redução dos números de internamento, ano após ano, apontam para melhorias na condução do pré-natal, mas ainda há muito a ser feito para que fetos deixem de padecer desse problema, que, nos casos mais graves, podem evoluir para óbito.