Fólio (May 2023)

UMA NOTA FILOLÓGICA NA DISPERSÃO ARQUIVÍSTICA DA LIMANA, DE LIMA BARRETO

  • Arivaldo Sacramento de Souza

DOI
https://doi.org/10.22481/folio.v14i2.11399
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 2

Abstract

Read online

Ainda em vida, Lima Barreto enfrentou diversos obstáculos para publicação de obras e, até mesmo, de textos em periódicos mais especializados ou em jornais de ampla circulação. Foi crítico de muitos editores e tipógrafos que o aborreceram muito com erros dos textos por suposta incompreensão de sua letra. Após a sua morte, sua biblioteca foi dispersada e, anos mais tarde, recuperada pelo seu primeiro biógrafo que, juntamente outros intelectuais da palavra, ajudaram a recompor a circulação de Lima Barreto. Neste artigo, discutimos de que maneira a dispersão arquivística de autorias negras tornam as pesquisas de fontes primárias urgentes para construção de argumentos que amplifiquem a fortuna editorial e crítica. Para isso, usamos, como caso paradigmático, os manuscritos preservados na Biblioteca Nacional, seção de Manuscritos, especificamente a Coleção Lima Barreto; a edição do Diário Íntimo do autor; e, por fim, o fac-símile do Inventário também presente na Coleção referida. Com isso, investimos numa leitura filológica que buscou cotejar os manuscritos e o impresso para entender a política editorial definida desde a primeira edição do Diário. Assim, conseguimos compreender que o Diário é uma composição editorial trilhada a partir de índices deixados pelo autor, mas, sobretudo, assumidos pelos editores que investiram na providência de criar uma série textual cronologicamente estabelecida, a fim de dar coerência a papeis que o próprio autor não considerava como dentro de uma cadeia textual. Palavras-chave: Crítica Filológica; Lima Barreto; Diário Íntimo; Crítica Textual; Manuscritos.

Keywords