Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Jun 2008)

Presença de Candida nas mucosas vaginal e bucal e sua relação com IgA salivar Relationship between Candida in vaginal and oral mucosae and salivary IgA

  • Célia Regina Gonçalves e Silva,
  • Karina Ester de Melo,
  • Mariella Vieira Pereira Leão,
  • Rosana Ruis,
  • Antonio Olavo Cardoso Jorge

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032008000600006
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 6
pp. 300 – 305

Abstract

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OBJETIVO: correlacionar a presença de leveduras do gênero Candida na cavidade bucal e vaginal de mulheres com e sem candidíase vulvovaginal (CVV) com os níveis de IgA secretora (IgAs) presentes na saliva. MÉTODOS: cinqüenta e uma mulheres foram incluídas; 13 apresentaram CVV e 38 formaram o Grupo Controle. De cada paciente, foram coletados 2,0 mL de saliva sem estimulação e secreção vaginal com o auxílio de swab, que foi imerso a seguir em 2,0 mL de solução fisiológica. As amostras foram semeadas em ágar Sabouraud dextrose com cloranfenicol para isolamento e contagem de colônias, e os isolados foram identificadas fenotipicamente. Na saliva de ambos os grupos foi quantificada IgA pela técnica ELISA. RESULTADOS: nas 13 pacientes com diagnóstico clínico e micológico de CVV, a média de unidades formadoras de colônias de Candida por mililitro de secreção vaginal (ufc/mL) foi de 52.723 e 23,8% dos pacientes apresentaram colonização na mucosa bucal com menor quantidade de ufc/mL (6.030). Os níveis de IgAs na saliva foram mais baixos no grupo com CVV (média de densidade: 0,3) quando comparados aos níveis de IgA do Grupo Controle (média de DO: 0,6). Onze pacientes (37%) do Grupo Controle apresentaram colonização por Candida na cavidade bucal, com média de ufc/mL mais baixa quando comparada ao grupo com CVV. O Grupo Controle também apresentou menor quantidade de ufc/mL (1.973) na cavidade vaginal quando comparado com o Grupo CVV (52.942). CONCLUSÕES: os resultados demonstraram que os pacientes com diagnóstico clínico de candidíase vulvovaginal apresentaram maior quantidade de Candida, tanto na cavidade vaginal quanto na bucal, e apresentaram menores níveis de IgA anti-Candida na saliva.PURPOSE: to correlate the presence of yeast from the Candida genus in the oral and vaginal cavity of women with and without vulvovaginal candidiasis (VVC), with secretor IgA levels (IgAs) present in the saliva. METHODS: among the 51 women included, 13 presented VVC and 38 were the Control Group. An amount of 2.0 mL of saliva without stimulation was collected from each patient, plus vaginal secretion using a swab, which was then immersed in 2.0 mL of physiological solution. Samples were inseminated in Sabouraud dextrose agar with chloramphenicol for isolation and counting of colonies, and the isolated ones, phenotypically identified. IgA has been quantified in the saliva of the women from both groups, by the ELISA technique. RESULTS: in the 13 patients with clinical and mycological diagnosis of VVC, the mean of Candida colony producing unities by milliliter of vaginal secretion (cpu/mL) was 52,723, and 23.8% of the patients presented colonization in the oral mucosa with lower amount of cup/mL (6,030). The levels of IgAs in saliva were lower in the group with VVC (DO mean: 0.3), as compared to the IgA levels of the Control Group (DO mean: 0.6). Eleven patients (37%) from the Control Group presented Candida colonization in the oral cavity, with a lower cup/mL mean, when compared to the VVC Group. The Control Group also presented a lower amount of cpu/mL (1,973) in the vaginal cavity, when compared to the VVC Group (52,942). CONCLUSIONS: these results have demonstrated that patients with clinical diagnosis of vaginal candidiasis presented a higher amount of Candida both in the vaginal and in the oral cavity, and presented lower levels of anti-Candida IgA in the saliva.

Keywords