Coluna/Columna (Mar 2009)

Tratamento cirúrgico das doenças da transição cervicotorácica Tratamiento quirúrgico de las enfermedades de transición cervicotorácica Surgical treatment of the cervicothoracic junction diseases

  • Carlos Fernando Pereira da Silva Herrero,
  • Ricardo Alberto Lupinacci Penno,
  • Helton LA Defino

DOI
https://doi.org/10.1590/S1808-18512009000100005
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1
pp. 19 – 26

Abstract

Read online

OBJETIVO: avaliar o resultado do tratamento cirúrgico de pacientes portadores de doenças na transição cervicotorácica da coluna vertebral. MÉTODOS: foram avaliados, retrospectivamente, 20 pacientes: nove (45%) apresentavam lesões traumáticas, sete (35%) lesões neoplásicas e quatro (20%) doenças degenerativas. No grupo de pacientes com lesões traumáticas, foi realizada fixação posterior em cinco deles (55,5%), fixação anterior em um (11,1%) e abordagem combinada (anterior e posterior) em três (33,3%). Dos sete pacientes com lesões tumorais, quatro (57,1%) foram submetidos ao tratamento cirúrgico pela abordagem combinada e três (42,8%) pela abordagem posterior isolada. No grupo de pacientes com doenças degenerativas da coluna vertebral, três (75%) foram tratados pela abordagem posterior e um (25%) de forma combinada. Todos os pacientes foram avaliados por meio de parâmetros clínicos (dor e déficit neurológico), radiológicos (manutenção da redução, soltura ou quebra dos implantes) e funcionais (SF-36, escala de dor e trabalho de Denis). RESULTADOS: os 20 pacientes foram seguidos por um período que variou de seis meses a 11 anos (média de 44,6 meses ± 29,02). Dos 13 pacientes que apresentavam déficit neurológico, oito apresentaram melhora do nível na escala de Frankel (61,5%) e cinco pacientes (38,4%) permaneceram com o quadro inalterado. Como complicações um paciente (5%) apresentou soltura do implante e quatro pacientes evoluíram com infecção pós-operatória (20%). Segundo as escalas de dor e trabalho de Denis, 80% dos pacientes apresentavam pouca ou nenhuma dor (P1 e P2) e 70% dos pacientes tinham retornado ao trabalho (W1, W2 e W3). Os pacientes que não apresentavam déficit neurológico (Frankel E) obtiveram escores mais altos de qualidade de vida pelo questionário SF-36, quando comparados aos escores dos pacientes que mantinham alterações neurológicas (Frankel A-D). CONCLUSÃO: o tratamento das doenças da transição cervicotorácica da coluna vertebral apresenta detalhes adicionais aos demais segmentos da coluna vertebral. Na vigência de tratamento cirúrgico, existem pontos a serem respeitados como a anatomia relacionada ao acesso cirúrgico, as características anatômicas peculiares das vértebras e a biomecânica singular desse segmento da coluna vertebral.OBJETIVO: evaluar el resultado del tratamiento quirúrgico de pacientes portadores de enfermedades de transición cervicotorácica de la columna vertebral. MÉTODOS: fueron retrospectivamente evaluados veinte pacientes. Nueve pacientes (45%) presentaron lesiones traumáticas, 7 (35%) lesiones neoplásicas y 4 enfermedades degenerativas (20%). En el grupo de pacientes con lesiones traumáticas fue realizada una fijación posterior en 5 pacientes (55.5%), una fijación anterior en 1 paciente (11,1%) y abordaje combinado (anterior y posterior) en 3 pacientes (33.3%). De los 7 pacientes con lesiones tumorales, cuatro (57.1%) fueron sometidos al tratamiento quirúrgico por abordaje combinado y 3 (42.8%) por abordaje posterior aislado. En el grupo de pacientes con enfermedades degenerativas de la columna vertebral, tres (75%) fueron tratados por abordaje posterior y uno de forma combinada (25%). Todos los pacientes fueron evaluados por medio de parámetros clínicos (dolor y déficit neurológico), radiológicos (mantenimiento de la reducción, soltura o quiebra de los implantes) y funcionales (SF-36, escala de dolor y trabajo de Denis). RESULTADOS: los veinte pacientes fueron seguidos por um periodo que varió de 6 meses a 11 años (promedio de 44.6 meses ± 29.02). De los 13 pacientes que presentaron déficit neurológico, ocho presentaron una mejora en el nivel de la escala de Frankel (61.5%) y cinco pacientes (38.4%) permanecieron con un cuadro inalterado. Como complicaciones un paciente (5%) presentó soltura del implante y cuatro pacientes evolucionaron con infección postoperatoria (20%). Según las escalas de dolor y el trabajo de Denis, el 80% de los pacientes presentaron poco o nada de dolor (P1 y P2) y el 70% de los pacientes regresaron al trabajo (W1, W2 y W3). Los pacientes que no presentaron déficit neurológico (Frankel E) tuvieron escores mas altos de calidad de vida por el cuestionario SF-36, cuando comparados con los pacientes con alteraciones neurológicas (Frankel A-D). CONCLUSIÓN: el tratamiento de las enfermedades de la transición cervicotorácica de la columna vertebral presenta detalles adicionales a los demás segmentos de la columna vertebral. En la vigencia al acceso quirúrgico existen puntos a ser respetados como la anatomía relacionada al acceso quirúrgico, las características anatómicas peculiares de las vértebras y biomecánica singular de ese segmento de la columna vertebral.OBJECTIVE: to assess the results of the surgical treatment of patients with disease in the cervicothoracic junction of the spine. METHODS: twenty patients were retrospectively evaluated. Nine patients (45%) had traumatic lesions, seven (35%) neoplasic lesions and four (20%) degenerative arthropathies. In the group of patients with traumatic lesions it has been accomplished the posterior fixation in five patients (55.5%), anterior fixation in one patient (11.1%) and the combined approach (anterior and posterior) in three patients (33.3%). In the seven patients with neoplasic lesions, four (57.1%) underwent to the surgical treatment through the combined approach and 3 (42.8%) through the posterior approach. In the group of patients with spinal degenerative disease, three (75%) were treated through the posterior approach and one (25%) in a combined way. The patients were evaluated on the basis of clinical (pain and neurological deficit), radiological (reduction maintenance and implant loosening or break) and functional parameters (SF-36, Denis scale of work and pain). RESULTS: twenty patients were followed-up for a period of time ranging from six months to 11 years (44.6 months ± 29.02). From 13 patients which presented neurological deficit, eight patients presented improvement in Frankel scale level (61.5%) and five patients (38.5%) remained with the same level. As complications, one patient (5%) presented implant loosening and four patients presented postoperative infection (20%). In pain and work assessment, 80% of the patients presented few or no pain (P1 and P2) through Denis scale of pain, and 70% of the patients had returned to work (W1, W2 and W3) through Denis scale of work. The patients without neurological deficit (Frankel E) presented higher scores of life quality through the SF-36 questionnaire compared to the patients who had neurological deficit (Frankel A-D). CONCLUSION: the treatment of the diseases of the cervicothoracic junction of the spine presents additional details compared to the others segments of the spine. The surgical treatment has aspects to be respected as the anatomy related to the surgical access, the peculiar anatomic characteristics of the vertebrae and the unique biomechanics of this spinal segment.

Keywords