Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Aug 1998)

Diagnóstico, Conduta Obstétrica e Resultados Perinatais em Fetos com Hidrocefalia Diagnosis, Obstetrical Management and Perinatal Outcome in Hydrocephalus

  • Renato Passini Júnior,
  • Simone Pimenta Nóbrega,
  • José Guilherme Cecatti,
  • Ricardo Barini,
  • João Luiz Pinto e Silva

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72031998000700003
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 7
pp. 381 – 387

Abstract

Read online

Objetivo: avaliar os métodos para diagnóstico, características da gestação, complicações maternas e resultados perinatais em casos de hidrocefalia congênita, correlacionando-os com variáveis gestacionais e do parto. Método: avaliaram-se 116 gestações com este diagnóstico antes ou após o parto, dos quais 112 ocorridos na Maternidade do CAISM da UNICAMP no período de 1986 a 1995. Para as variáveis perinatais, utilizaram-se os dados completos de 82 recém-nascidos. Para a análise dos dados, calcularam-se as distribuições e médias, usando-se os testes de c² e exato de Fisher. Resultados: geralmente o diagnóstico foi anterior ao parto, confirmado pelo exame ecográfico, e o parto foi por cesárea na maioria dos casos. A cefalocentese foi realizada em 11 casos e as complicações no parto vaginal foram mais freqüentes que na cesárea. O índice de Apgar baixo foi mais freqüente entre os recém-nascidos de parto vaginal. A hidrocefalia congênita esteve também associada a importante morbidade e mortalidade neonatal e perinatal, outras malformações e número muito pequeno de crianças sem seqüelas. Conclusões: a avaliação destes fatores pode ser de grande utilidade para o obstetra acompanhar gestantes com esta malformação fetal, dando maior respaldo às decisões que, além de médicas e éticas, devem levar em conta a relação risco-benefício das medidas a serem tomadas.Objective: to evaluate the diagnosis, characteristics of pregnancy, maternal complications and perinatal outcome in cases of congenital hydrocephalus, and to associate them with pregnancy and delivery variables. Methods: 116 pregnancies with this diagnosis were evaluated before or after delivery, 112 of them occurring at the Maternity ward of CAISM/UNICAMP during the period between 1986 and 1995. For perinatal variables, complete data of 82 newborns were used. For data analysis, distributions and means were calculated and c² and Fisher exact tests were applied. Results: generally the diagnosis was made before delivery, confirmed by ultrasound and the delivery was through a cesarean section in cases. Cephalocentesis was performed in 11 cases and complications were more frequent in vaginal delivery than cesarean section. Low Apgar scores were more frequent among newborn babies delivered vaginally. Congenital hydrocephalus was also associated with important neonatal and perinatal morbidity and mortality, with other malformations, and a very low number of children without sequelae. Conclusions: the evaluation of these factors may be of great value for the obstetrician who is following pregnant women with this fetal malformation. This could better support the decisions that, although medical and ethical, should take into account the risk-benefit ratio of measures to be taken.

Keywords