Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)
AVALIAÇÃO DA FRAÇÃO DE PLAQUETAS IMATURAS E DA FRAÇÃO DE RETICULÓCITOS IMATUROS COMO MARCADORES PRECOCES DE ENXERTIA EM TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE
Abstract
Objetivos: A contagem de plaquetas e de neutrófilos são parâmetros convencionalmente usados para determinação da enxertia. No entanto, a fração de plaquetas e de reticulócitos imaturos já demonstraram ser parâmetros com potencial para predizer a recuperação hematopoiética após o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). Este trabalho tem como objetivo avaliar a fração de plaquetas imaturas e a fração de reticulócitos imaturos como marcadores precoces para predizer a enxertia após o TCTH, quando comparados com a enxertia plaquetária e neutrofílica, respectivamente. Material e métodos: Foi realizada uma revisão-sistemática e meta-análise em bases de dados: MEDLINE (PubMed), EMBASE, Cochrane, LILACS, SciELO e literatura cinza. Não houve restrições quanto ao tamanho da amostra, ano de publicação e idioma. Os termos utilizados na busca: ’Reticulocytes’, ‘Blood platelet’, ’Stem cell transplantation’, ’Hematopoietic Stem Cell Transplantation’, ’Bone Marrow Transplantation’, ’Peripheral Blood Stem Cell’, ’Cord Blood Stem Cell Transplantation’, ’Mesenchymal Stem Cell Transplantation'usando as funções “AND”and “OR”. Todos os estudos foram avaliados por revisão por pares e o risco de viés foi determinado pelo QUADAS-2. Resultados: Dos 2.290 artigos selecionados na busca inicial, foram analisados 15 artigos pelo texto completo, 8 tinham dados da fração de reticulócitos imaturos, 3 da fração de plaquetas imaturas e 3 de ambos. A média da fração de plaquetas imaturas ter sido 3,28 dias anterior à enxertia plaquetária e a fração de reticulócitos imaturos, 2,8 dias anterior à enxertia neutrofílica. Apesar disso, nas três meta-análises realizadas não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na fração de plaquetas imaturas comparando a enxertia plaquetária de acordo com a fonte das células-tronco hematopoiéticas (sangue periférico e medula óssea) e da fração de plaquetas imaturas e da fração de reticulócitos imaturos como marcadores precoces em comparação com a enxertia plaquetária e neutrofílica, respectivamente. A avaliação pelo QUADAS-2 não influenciou na qualidade dos estudos e não prejudicou os resultados da revisão sistemática. Conclusão: Embora o número de estudos incluídos tenha sido relativamente pequeno, as análises foram baseadas em artigos com baixo risco de viés, permitindo a identificação da fração de plaquetas imaturas e da fração de reticulócitos imaturos como marcadores precoces, mesmo não sendo observada diferença estatística. Esses parâmetros podem ser usados em associação com os marcadores já conhecidos de enxertia plaquetária e neutrofílica e comparados com dados de avaliação de quimerismo para melhor avaliação da recuperação hematopoiética após o transplante.