Revista Espaço Acadêmico (Dec 2016)

Exemplos e práticas da produção de “kits de subjetividade verde” como narrativas de modelagens marcárias no consumo da natureza

  • Analice Araujo Silva,
  • Margarete Ribeiro Tavares

Journal volume & issue
Vol. 16, no. 187

Abstract

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O objetivo deste artigo é discutir a questão da natureza sendo transformada em mercadoria a ser consumida no contexto de um novo capitalismo rizomático. A hipótese é que as interações dos indivíduos com o mercado verde podem estar se apresentando, na contemporaneidade, por meio de “kits de subjetividade” que reforçam os aspectos simbólicos e imateriais dessas novas relações de consumo. Sendo assim, as propagandas produzidas no Brasil, nos últimos anos, podem apresentar e personificar essas narrativas, a partir da questão da sustentabilidade, como meio de potencializar o consumo e a mercantilização da temática socioambiental. Para investigar as relações entre consumo, subjetividade, capital e natureza, no contexto da sociedade mundial de controle, este estudo qualitativo, teórico-empírico e de caráter exploratório baseou-se nas técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. A partir das análises realizadas em anúncios e reportagens das revistas Veja e Exame, no ano de 2015, – tendo como base o arcabouço teórico aqui construído a partir de autores como Gilles Deleuze e Félix Guattari, e outros que com esses dialogam - observou-se que a lógica do capital imprime uma condição de liquefação da sustentabilidade (“sustentabilidade líquida”). Esta, por sua vez, sublinha a produção de novos modos de ser, ou seja, “kits de subjetividade” que servem como novos dispositivos de controle social que acabam por “produtilizar” a natureza, de forma a transformá-la em uma modelagem marcária no contexto do “consumo verde”.

Keywords